Desigualdade educacional: pessoas com deficiência têm taxa de analfabetismo quatro vezes maior, aponta Censo
gazetadevarginhasi
há 1 hora
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Fonte: Google
A taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência no Brasil alcançava 21,3% em 2022, considerando indivíduos com 15 anos ou mais, segundo dados do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse percentual é quatro vezes superior ao registrado entre a população sem deficiência na mesma faixa etária, que foi de 5,2%.
De acordo com o IBGE, do total de 13,6 milhões de pessoas com deficiência no país, com 15 anos ou mais, aproximadamente 2,9 milhões não sabiam ler nem escrever.
Para o Censo 2022, são classificadas como pessoas com deficiência aquelas que apresentam impossibilidade ou grande dificuldade para enxergar, ouvir, andar e pegar objetos pequenos. Também integram a estatística indivíduos com limitações mentais severas, que dificultam ou impedem a comunicação, a realização de cuidados pessoais, o trabalho, o estudo, entre outras atividades.
A desigualdade educacional também se reflete na escolarização. Segundo o levantamento, 63,1% das pessoas com deficiência, com 25 anos ou mais, não tinham instrução ou não haviam concluído o ensino fundamental, percentual quase duas vezes maior que o das pessoas sem deficiência, que foi de 32,3%.
Além disso, apenas 7,4% das pessoas com deficiência completaram o ensino superior, enquanto 17,8% concluíram o ensino médio e 11,8% o ensino fundamental. Entre as pessoas sem deficiência, os índices são superiores: 19,5% com ensino superior completo, 33,9% com ensino médio e 14,3% com ensino fundamental.
O Censo também analisou a escolarização de pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Entre os indivíduos com autismo, com 25 anos ou mais, 46,1% não tinham instrução ou não haviam completado o ensino fundamental, taxa superior à da população total (35,2%).
“A maior parte das pessoas com 25 anos ou mais de idade com TEA está no grupo sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, é quase a metade. E é um percentual bem maior do que na população total”, destaca o pesquisador do IBGE Raphael Fernandes.
No ensino superior, 15,7% das pessoas com TEA, nessa faixa etária, conseguiram se formar, frente a 18,4% da população geral. Os percentuais de conclusão do ensino médio (25,4%) e do ensino fundamental (12,9%) também são inferiores aos observados na população geral (32,3% e 14%, respectivamente).
Por outro lado, a taxa de escolarização das pessoas com TEA — ou seja, a proporção que frequenta a escola — é superior à da população total: 36,9% dos indivíduos com 6 anos ou mais com autismo estudam, ante 24,3% da população geral.
Essa diferença é mais acentuada entre jovens e adultos: na faixa de 18 a 24 anos, 30,4% das pessoas com TEA estão estudando, contra 27,7% da população geral; e entre aqueles com 25 anos ou mais, 8,3% continuam na escola, frente a 6,1% da população total.
Já entre as crianças e adolescentes, a escolarização das pessoas com TEA é menor: na faixa de 6 a 14 anos, 94,4% frequentam a escola, ante 98,3% da população geral; e de 15 a 17 anos, a taxa é de 77,3% para pessoas com TEA, contra 85,3% na população total.