"Droga Zumbi" dribla segurança, causa caos e mortes nos presídios de Minas.
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Conhecidas como “drogas zumbi” devido à capacidade de desconectar o usuário da realidade, os entorpecentes da “família K” têm provocado tumulto e óbitos nos presídios de Minas Gerais. Desde dezembro, 13 detentos faleceram em dois presídios de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, com sete dessas mortes ocorrendo nas últimas duas semanas.
Policiais penais relatam dificuldades no controle dos pavilhões devido à crescente agressividade entre os consumidores dessas substâncias altamente viciantes, algo que até mesmo traficantes encontram assustador devido ao descontrole causado durante o uso.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) registrou pelo menos 13 óbitos em duas penitenciárias de Ribeirão das Neves.
No dia 24 do último mês, uma mulher foi detida ao tentar ingressar com 500 unidades de K4 na penitenciária Bicas I, em São Joaquim de Bicas, também na região metropolitana de Belo Horizonte. Durante a revista no scanner corporal, uma policial identificou um objeto suspeito na mão da mulher, que afirmou ser o cadastro de visitação quando questionada. Após uma inspeção mais detalhada, a policial penal encontrou quatro cartelas de K4, totalizando 500 unidades, em um saco plástico atrás do cadastro de visitação.
Em comunicado, a Sejusp confirmou que sete detentos morreram na penitenciária Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, nos últimos dez dias, enquanto o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) também confirmou seis óbitos de detentos na penitenciária Antônio Dutra Ladeira, na mesma cidade, ocorridos entre dezembro do ano anterior e março deste ano. As causas dessas mortes foram inicialmente registradas como suposta overdose da substância entorpecente conhecida como K, e as investigações estão em andamento pelo Depen e pela Polícia Civil.
Apesar das mortes evidenciarem a entrada de drogas nos presídios, a Sejusp justificou em nota que revistas são rotineiramente realizadas em visitantes e celas com o objetivo de coibir a entrada e permanência de materiais ilícitos nas unidades prisionais. O governo também assegura que campanhas são conduzidas nos presídios para conscientizar sobre os danos do consumo de álcool e drogas. Contudo, na prática diária dentro das prisões mineiras, observa-se um aumento no uso de drogas. De acordo com Jean Otoni, presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais (Sindppen-MG), o uso dessas substâncias sintéticas desencadeia um efeito dominó nos presídios, fragilizando a segurança.
Isso gera muito estresse aos policiais penais, pois os detentos tornam-se mais agressivos, sofrem overdoses e precisam ser levados aos hospitais pelos policiais penais, enfraquecendo a segurança das prisões devido à necessidade logística de cuidar desses presos internados. A presença das drogas causa muitos transtornos aos policiais penais nessas unidades, detalhou Otoni. O resultado é um aumento da violência nas prisões devido ao forte impacto dessas drogas no sistema nervoso central, alterando o comportamento dos detentos, que se tornam agressivos.
Isso dificulta a contenção e leva ao envolvimento do Grupo de Intervenção Rápida (GIR). Otoni relatou um incidente sério ocorrido na semana passada na penitenciária Martinho Drummond, onde uma cela se revoltou contra outra, causando um grande transtorno no pátio. Essas drogas estão gerando esses enormes problemas nas unidades prisionais, explicou. Otoni afirmou que o cenário é mais grave do que as 13 mortes sugerem, uma vez que vários atendimentos médicos foram solicitados por presos com sintomas de overdose nos últimos meses.
Um problema que, na visão de Otoni, não é de fácil resolução, pois há uma certa dificuldade em detectar as drogas do tipo K, já que são diluídas em papel, tecido ou outros objetos, além de serem incolores e sem cheiro, tornando-as praticamente imperceptíveis a olho nu quando borrifadas em papel. Essas características tornam essa droga discreta, escapando facilmente dos atuais procedimentos de segurança das penitenciárias.
Em maio do ano passado, o jornal O Tempo informou que antes de se popularizar entre os usuários de cracolândias em São Paulo, a K9 se espalhou pelas cadeias desse estado, conseguindo driblar facilmente as revistas e os equipamentos de raio-X das prisões. Esse mesmo padrão de entrada da droga na capital paulista já estava sendo observado em Minas Gerais por volta do mesmo período. Agora, a situação se agravou com as mortes inicialmente atribuídas ao consumo da substância.
Droga foi barrada por traficantes de BH.
As drogas da família K causam um "efeito zumbi" nos usuários, levando algumas bocas de fumo em Belo Horizonte a interromperem a venda do entorpecente após um "teste de qualidade". A droga (originalmente líquida) geralmente chega borrifada em papel ou ervas para ser fumada. Trata-se de um canabinoide sintético produzido em laboratórios clandestinos dentro e fora do Brasil, capaz de provocar graves contrações musculares, alucinações, psicose, convulsões e até a morte.
Um traficante de uma comunidade na região Oeste de BH revelou à reportagem no ano anterior que os chefes do crime desistiram de vender a K9 após um teste de qualidade resultar em mal-estar coletivo entre os membros da facção. Quatro responsáveis pelas bocas de fumo da região usaram a droga para experimentar a sensação causada por ela e poder descrevê-la aos compradores. Entretanto, os usuários tiveram reações
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