Epamig identifica praga inédita que ameaça o pequizeiro no Cerrado
gazetadevarginhasi
17 de jan.
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Divulgação
A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e outras instituições, realizou um estudo que identificou, pela primeira vez, a ocorrência da lagarta Cossula duplex nos estados de Minas Gerais e Goiás. A praga, conhecida como “broca do tronco do pequizeiro”, tem causado sérios danos aos pequizeiros, comprometendo a saúde das árvores que produzem o pequi, um fruto típico do Cerrado e importante fonte de renda para comunidades locais.
Descoberta científica
O estudo teve início em 2019, após relatos de mortalidade de pequizeiros na região de Japonvar, no Norte de Minas, onde o cultivo do pequi representa até 40% da renda anual das famílias. Pesquisadores da área de Entomologia da Epamig Norte, em colaboração com especialistas do Departamento de Zoologia da UFPR, identificaram o inseto como pertencente à família Cossidae.
Exames confirmaram tratar-se de Cossula duplex Dyar & Schaus, 1937, um lepidóptero previamente encontrado apenas na América Central e na Floresta Amazônica. Esta descoberta é fundamental para compreender o ciclo de vida e comportamento da espécie e para desenvolver métodos de controle que sejam sustentáveis e viáveis economicamente.
Segundo o pesquisador Antônio Cláudio, da Epamig, "o nome científico da espécie nos permite acessar informações essenciais sobre sua biologia e, assim, propor estratégias de manejo que sejam adequadas ao contexto ambiental e econômico".
Avanços na pesquisa
A Epamig segue investigando a relação entre a praga e a mortalidade do pequizeiro, com foco no desenvolvimento de estratégias de manejo baseadas na comunicação química do inseto. Essas iniciativas integram o projeto “Causas bióticas e abióticas da mortalidade de pequizeiros no norte de Minas Gerais e estratégias de manejo”, financiado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
A continuidade dos estudos é essencial para preservar o pequizeiro, espécie de grande relevância econômica para o Cerrado brasileiro.
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