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Exercício para o corpo e a mente: musculação reduz risco de demência em idosos

  • gazetadevarginhasi
  • 1 de abr.
  • 3 min de leitura
Reprodução
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A prática regular de musculação vai além do fortalecimento muscular e da prevenção de lesões. Um estudo conduzido pelo Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (Brainn), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), revelou que a atividade também protege o cérebro de idosos contra demências.

Publicado na revista GeroScience, o estudo acompanhou 44 pessoas diagnosticadas com comprometimento cognitivo leve, uma condição intermediária entre o envelhecimento normal e a doença de Alzheimer. Os resultados mostraram que a musculação, praticada duas vezes por semana com intensidade moderada ou alta, ajudou a preservar o hipocampo e o pré-cúneo, regiões do cérebro que costumam sofrer alterações nesses pacientes.

Os pesquisadores também identificaram uma melhoria significativa na substância branca do cérebro, que é responsável por conectar os neurônios e facilitar a comunicação entre diferentes regiões cerebrais. O impacto positivo foi observado em metade dos participantes após seis meses de treino, e os cientistas acreditam que os benefícios podem ser ainda maiores com a continuidade da prática.

Para analisar os efeitos da musculação no cérebro, os especialistas realizaram testes neuropsicológicos e exames de ressonância magnética. O objetivo era comparar índices e imagens, uma vez que é sabido que, em pessoas com perdas cognitivas, ocorre atrofia cerebral, ou seja, redução do volume de certas regiões do cérebro.

O impacto da demência no Brasil
Atualmente, cerca de 2,71 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais vivem com algum tipo de demência, representando 8,5% da população idosa. Segundo o Relatório Nacional sobre a Demência, divulgado pelo Ministério da Saúde em 2023, esse número pode dobrar até 2050, alcançando 5,6 milhões de pessoas.

O documento também indica que cerca de 45% dos casos poderiam ser evitados ou, pelo menos, retardados. Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de demências estão a baixa escolaridade, perda auditiva, hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, depressão, inatividade física e isolamento social.

Exemplo de superação
A professora aposentada, atriz e modelo Shirley de Toro, de 62 anos, é um exemplo dos benefícios da musculação. Frequentadora assídua do Sesc Santana, em São Paulo, ela incluiu os exercícios de força em sua rotina há 17 anos.

Após sofrer um atropelamento, Shirley teve várias fraturas e precisou passar por fisioterapia, mas encontrou na musculação a solução definitiva para as dores. "Quebrei clavícula, costela e parte da coluna. A fisioterapia era dolorosa, mas quando comecei a fazer musculação, as dores sumiram. Hoje, pego peso e me sinto muito melhor", relata.

Durante a pandemia de Covid-19, ela manteve a rotina de exercícios online, o que ajudou a preservar sua saúde mental, especialmente após a perda de sua mãe. "Fazer exercícios todos os dias foi fundamental para minha saúde mental e física", conta.

Corpo e mente saudáveis
Alessandra Nascimento, técnica da Gerência de Desenvolvimento Físico-Esportivo do Sesc São Paulo, reforça que os benefícios dos exercícios físicos vão além da musculação tradicional. "Atividades como calistenia, que utilizam o peso do próprio corpo, também são eficazes", explica.

Ela destaca que, por muito tempo, acreditava-se que idosos deveriam praticar apenas atividades leves, como hidroginástica ou caminhada. No entanto, pesquisas recentes mostram que a musculação é fundamental para manter a força, o equilíbrio e a massa muscular, reduzindo o risco de quedas e melhorando a qualidade de vida.

Para garantir que mais idosos tenham acesso à musculação, Alessandra defende a inclusão de profissionais de educação física em unidades de saúde pública. "Precisamos de políticas que integrem o profissional de educação física ao SUS, pois um trabalho multidisciplinar, envolvendo médicos, fisioterapeutas e educadores físicos, é essencial para o envelhecimento saudável", conclui.

Fonte:O tempo

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Gazeta de Varginha

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