Guerra comercial entre China e EUA pode piorar? Entenda
5 de fev.
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Os primeiros movimentos de uma nova disputa comercial entre os Estados Unidos e a China começaram na terça-feira (4), com a imposição de tarifas de 10% sobre todos os produtos chineses enviados para os EUA. A China respondeu rapidamente, anunciando tarifas de 15% sobre alguns produtos importados dos EUA, como carvão, gás natural liquefeito, petróleo bruto, máquinas agrícolas, e carros e caminhonetes. Essas tarifas devem entrar em vigor na segunda-feira (10).
Além disso, o Ministério do Comércio da China incluiu duas empresas americanas — Illumina, do setor de biotecnologia, e o grupo PVH, dono de marcas como Calvin Klein e Tommy Hilfiger — em sua lista de entidades não confiáveis, o que pode dificultar a operação dessas empresas no mercado chinês.
Com a crescente tensão entre os dois países, há a possibilidade de um diálogo entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, com o objetivo de adiar ou amenizar as tarifas, como foi feito por líderes de outros países, como o México e o Canadá, no passado. Contudo, não houve conversas entre Trump e Xi na terça-feira, o que levanta a preocupação de que o conflito comercial possa se intensificar.
Em termos econômicos, embora as tarifas dos EUA possam causar um impacto limitado no curto prazo, os consumidores americanos podem começar a pagar mais por produtos importados da China, como eletrônicos, brinquedos e roupas. Além disso, empresas que dependem de matérias-primas chinesas, como borracha e plásticos, podem enfrentar custos mais altos, o que afetaria suas operações.
Se a situação se intensificar, o impacto pode ser mais grave para as economias do Canadá e do México, caso Trump imponha tarifas adicionais de 25% sobre produtos desses países, como ele prometeu. A combinação de tarifas contra a China, o México e o Canadá pode reduzir o crescimento econômico dos EUA em 0,8% este ano e em 1,1% no próximo, segundo previsões de economistas do Citibank. Em contrapartida, a economia da China sentiria uma desaceleração menos acentuada.
O cenário futuro da disputa comercial permanece incerto, mas o risco de interrupções nas cadeias de suprimentos e a possível queda do emprego e da produção nos EUA geram preocupações sobre os efeitos adversos que podem atingir o país, como destacou Nathan Sheets, economista-chefe global do Citi.
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