Julgamento de Bolsonaro pode alterar cenário político para as eleições de 2026
gazetadevarginhasi
8 de set.
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O Supremo Tribunal Federal (STF) deve encerrar na próxima sexta-feira (12) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. Especialistas apontam que o desfecho desse processo poderá reconfigurar as forças políticas entre direita e esquerda no Brasil, influenciando diretamente as eleições presidenciais de 2026.
A condenação é tida como provável, e isso pode intensificar a polarização política. Bolsonaro responde a acusações que envolvem organização criminosa armada, tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, entre outros crimes.
Segundo o cientista político Paulo Ramirez (ESPM), uma decisão unânime contra Bolsonaro reduziria reações extremistas, mas uma sentença dividida poderia alimentar a retórica radical da direita. Já a professora Mayra Goulart (UFRJ) acredita que uma condenação reforçaria a narrativa de perseguição e vitimização usada pelo ex-presidente, podendo atingir até eleitores moderados.
Há também impacto no plano internacional. O ex-presidente norte-americano Donald Trump, aliado de Bolsonaro, já aplicou sanções econômicas ao Brasil e revogou vistos de ministros do STF e do procurador-geral da República, em protesto contra o que chamou de “caça às bruxas”.
As manifestações do 7 de Setembro foram vistas como um teste de força para o bolsonarismo. Embora presentes, os atos sofreram impacto negativo após o vazamento de áudios entre Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia.
No cenário eleitoral de 2026, Bolsonaro ainda não indicou um sucessor político claro. Especialistas dizem que sua prisão domiciliar e restrição ao uso de redes sociais limitam sua influência como cabo eleitoral. A direita enfrenta dificuldades em encontrar um nome com o mesmo apelo popular que Bolsonaro, embora Michel Temer apareça como possível liderança moderada.
Para a esquerda, a condenação de Bolsonaro representa um caminho mais fácil à vitória, especialmente para o presidente Lula, que poderia associar adversários ao ex-presidente. Ainda assim, os especialistas alertam que, apesar do favoritismo no Executivo, a esquerda pode enfrentar dificuldades para ampliar sua base no Congresso.
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