Julgamento dos Acusados pelo Assassinato de Marielle Franco Inicia no Rio de Janeiro com Expectativa de Esclarecimentos
gazetadevarginhasi
30 de out. de 2024
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O 4º Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) começa nesta quarta-feira (30) o julgamento dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018.
Nove testemunhas serão ouvidas durante o julgamento, das quais sete foram indicadas pelo Ministério Público e duas pela defesa de Ronnie Lessa. Já a defesa de Élcio Queiroz optou por desistir de apresentar testemunhas que havia solicitado anteriormente.
Os réus participarão do júri por videoconferência, conectados diretamente das unidades prisionais onde estão detidos. Lessa está na Penitenciária de Tremembé, em São Paulo, enquanto Élcio está no Centro de Inclusão e Reabilitação, em Brasília. Algumas testemunhas também poderão participar virtualmente da sessão, com o intuito de evitar aglomerações no tribunal, dada a grande repercussão do caso.
Marielle Franco foi assassinada no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, enquanto retornava de um evento na Lapa. Seu carro foi alvo de disparos que também atingiram Anderson Gomes fatalmente. Uma assessora, que também estava no veículo, foi ferida por estilhaços. Conforme destacado pelo TJRJ, “os 13 tiros disparados naquela noite ultrapassaram os limites da cidade, e a atenção internacional se voltou para o Rio de Janeiro. A morte de uma representante eleita foi considerada por setores da sociedade como um ataque à democracia”.
MandantesA investigação do caso se mostrou complexa, envolvendo múltiplas instâncias policiais e culminando, após várias reviravoltas, na prisão dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz. Somente em 2024 houve avanço na identificação dos supostos mandantes, incluindo os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, além do então chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa. O processo envolvendo os suspeitos de mandantes está atualmente sob a análise do Supremo Tribunal Federal (STF).
No dia 24 de outubro, Rivaldo Barbosa prestou depoimento virtual ao STF, afirmando não ter qualquer envolvimento no crime. Ele está detido no presídio federal de Mossoró (RN) e negou qualquer relação com o assassinato, mencionando que conhecia Marielle através do deputado Marcelo Freixo, para quem ela havia trabalhado.
Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, foi ouvido em 22 de outubro no STF, onde negou conhecer Lessa pessoalmente. Segundo o conselheiro, as acusações feitas por Lessa, réu confesso, foram motivadas pela pressão midiática e pela busca de benefícios em seu processo.
Em 21 de outubro, Chiquinho Brazão também prestou depoimento e afirmou que não conhecia Lessa pessoalmente, descrevendo sua relação com Marielle como “excelente” e destacando o potencial político da vereadora.
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