Linhaça e amora podem ser aliadas naturais contra as consequências da menopausa, aponta estudo da UFLA
gazetadevarginhasi
6 de mai.
2 min de leitura
Reprodução
Um estudo conduzido pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) indica que os extratos de linhaça e de amora podem atenuar a redução da densidade óssea — uma das consequências mais prejudiciais da menopausa. A perda óssea, comum nesse período da vida, aumenta o risco de doenças como a osteoporose. Dados do Ministério da Saúde apontam que uma em cada três mulheres com mais de 50 anos pode desenvolver a doença.
Hoje, a reposição hormonal com estrogênio sintético é o principal tratamento contra os efeitos da menopausa, mas ela levanta controvérsias por estar associada ao aumento do risco de câncer de mama.
Buscando alternativas naturais
Diante dessas limitações, o professor Bruno Del Bianco Borges, do Departamento de Medicina da UFLA, liderou uma pesquisa para avaliar alternativas naturais que possam beneficiar mulheres nessa fase da vida. Segundo ele, tanto a linhaça quanto a folha de amoreira possuem compostos com potencial terapêutico.
Apesar desses benefícios, o uso dessas substâncias ainda é pouco explorado cientificamente. A pesquisa desenvolvida por Bruno resultou no artigo “Extrato de linhaça e amora melhoram a qualidade do osso trabecular em ratos com deficiência de estrogênio”, publicado em fevereiro na revista Climacteric, vinculada à International Menopause Society (IMS). O trabalho foi financiado pela FAPEMIG e pelo CNPq.
Detalhes do estudo
Na pesquisa, ratas submetidas à retirada dos ovários — procedimento que simula a menopausa — foram divididas em cinco grupos. Cada grupo recebeu um dos seguintes tratamentos:
Solução salina (controle);
Extrato de linhaça;
Extrato de folhas de amoreira;
Combinação de ambos os extratos;
Estrogênio.
A análise focou especialmente na cabeça e no colo do fêmur, regiões onde há maior incidência de perda óssea em mulheres na menopausa. Segundo o professor Bruno, essas áreas concentram um número significativo de fraturas em mulheres acima dos 50 anos.
Após 60 dias, os resultados mostraram que os extratos de linhaça e amora promoveram:
Conservação óssea semelhante à obtida com o estrogênio sintético;
Aumento da densidade e do volume ósseo, com menor porosidade;
Maior presença de minerais como cálcio, fósforo e magnésio nos ossos;
Redução da perda trabecular — parte interna do osso — observada nos animais sem tratamento hormonal ou suplementar.
Próximos passos
O professor Bruno afirma que o estudo é apenas o início de uma linha de pesquisas mais ampla. Os próximos focos incluem a análise de outros impactos da menopausa, como os efeitos no sistema cardiovascular.
“Os índices de hipertensão e problemas cardíacos aumentam muito após a menopausa. Nosso objetivo agora é ampliar o estudo para avaliar se esse extrato natural, que é diferente dos produtos comerciais à base de linhaça, também pode oferecer benefícios diretos a mulheres nessa fase”, revelou o pesquisador.
A equipe da UFLA pretende realizar testes clínicos com mulheres para confirmar os efeitos positivos dos extratos e avançar no desenvolvimento de tratamentos naturais e eficazes para os sintomas da menopausa.
Comentarios