Maduro convoca novo alistamento militar em meio à operação dos EUA no Caribe
gazetadevarginhasi
26 de ago.
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (25) um novo alistamento militar em massa para os dias 29 e 30 de agosto. A medida ocorre em meio ao envio de navios militares dos Estados Unidos ao sul do Caribe, próximo à costa venezuelana, sob justificativa de combate ao narcotráfico.
“Hoje o povo, as Forças Armadas e a Milícia estão mais fortes do que nunca. Ordenei que na próxima sexta-feira, 29, e sábado, 30 de agosto, continue o Chamado para Filas para defender o nosso direito à paz, a nossa soberania e por um futuro esplendoroso”, declarou Maduro.
O movimento dá sequência à mobilização da semana anterior, quando Maduro convocou 4,5 milhões de milicianos para reforçar a defesa territorial. O presidente acusa a gestão de Donald Trump de usar a operação naval como forma de desestabilizar o regime e promover uma “mudança terrorista de governo”.
Washington, por sua vez, aponta Maduro como um dos principais narcotraficantes do mundo, acusando-o de utilizar organizações criminosas internacionais, como o Tren de Aragua, o Cartel de Sinaloa e o Cartel de los Soles, para enviar drogas aos EUA. No início do mês, os norte-americanos dobraram de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação do presidente venezuelano.
A procuradora-geral Pam Bondi afirmou que Maduro “não escapará da justiça” e será responsabilizado por seus crimes. Já o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino Lopez, classificou as acusações como “tolas, ilegais e ao estilo de faroeste de Hollywood”.
Segundo o professor de Geopolítica João Alfredo Lopes Nyegray, embora os EUA apresentem a operação como ação antidrogas, trata-se também de uma demonstração de força, especialmente frente à aproximação da Venezuela com Rússia, China e Irã. O especialista destacou que a recompensa por Maduro, equivalente ao dobro da oferecida na época por Osama Bin Laden, mostra a prioridade de Washington em enfraquecer o regime chavista.
O aumento da tensão entre os dois países recoloca a América Latina no centro das disputas globais, podendo impactar cadeias comerciais, fluxos energéticos e a integração regional.
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