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Mais de 350 mortos em operações no RJ enquanto Comando Vermelho expande tráfico internacionalmente

  • gazetadevarginhasi
  • 30 de out.
  • 2 min de leitura

fonte: o tempo
fonte: o tempo
Desde a década de 1990, ações policiais no Rio de Janeiro contra o crime organizado — como a que deixou ao menos 119 mortos nesta semana — já resultaram em mais de 350 mortes entre civis e suspeitos de envolvimento com facções. Mesmo com o alto número de vítimas, o Comando Vermelho (CV), principal grupo criminoso do estado, consolidou sua atuação e expandiu o tráfico de drogas para a Ásia, África e Europa.
Segundo levantamento do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF (Geni-UFF), 356 pessoas morreram em operações policiais desde 1995. A megaoperação nos Complexos da Penha e do Alemão, na terça-feira (28), foi a mais letal da história fluminense. O balanço oficial aponta 113 presos, 10 menores apreendidos e 118 armas recolhidas, sendo 91 fuzis.
Em nota, o Geni criticou o modelo de segurança baseado em incursões nas favelas. “Há anos temos produzido dados e evidências que demonstram a ineficiência desta política de segurança pública centrada em operações policiais em favelas, incapaz de proporcionar a redução das ocorrências criminais e conter o avanço do controle territorial armado”, afirmou o grupo.
O ex-policial federal e pesquisador Roberto Uchôa, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, também defende a revisão da estratégia. Ele lembra que as ações repressivas não atingem o núcleo financeiro do crime. “Essas operações alvejam a base mais pobre das organizações, reforçando o poder dos líderes que controlam o sistema prisional”, avaliou.
Expansão global do Comando Vermelho
Originado nos presídios do Rio nos anos 1970, o Comando Vermelho consolidou uma rede que hoje utiliza os portos de Santos e Paranaguá para exportar cocaína, segundo Uchôa. A droga, fornecida por produtores da Bolívia, Peru e Paraguai, é embarcada rumo à África, Europa e Ásia.
Entre 2008 e 2023, o pesquisador destacou uma “expansão silenciosa” do CV e das milícias, com a facção ganhando e perdendo áreas em confrontos, especialmente na Baixada Fluminense e no Leste Metropolitano. O domínio territorial, segundo ele, afeta diretamente moradores de comunidades sob controle de grupos armados.
Uchôa defende uma política integrada entre estados e União. “A ausência de políticas conjuntas de segurança e desenvolvimento alimenta o ciclo de violência. É preciso unir inteligência, regulação urbana e políticas sociais”, reforçou.
Reações à megaoperação
A megaoperação desta semana teve 119 mortos, centenas de presos e apreensões de drogas ainda em contabilização. O Ministério Público do Rio solicitou as imagens das câmeras corporais dos policiais para apurar as circunstâncias das mortes.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, pediu ao governador Cláudio Castro (PL) esclarecimentos sobre a ação. Castro classificou a operação como um “sucesso”.
Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu um combate coordenado ao crime organizado. “Não podemos aceitar que o crime continue destruindo famílias e espalhando violência. Precisamos atingir a espinha dorsal do tráfico sem colocar inocentes em risco”, afirmou. Ele lembrou as operações federais realizadas em agosto e setembro contra o núcleo financeiro do PCC, classificadas como “a maior ofensiva contra o crime organizado da história do país”.

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Gazeta de Varginha

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