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Militares apreendem mais de 1 tonelada de 'ouro negro' em garimpo ilegal na Terra Yanomami

  • gazetadevarginhasi
  • 23 de jul. de 2024
  • 3 min de leitura
Foto: Ministério da Defesa

As Forças Armadas desmontaram dois garimpos ilegais com 200kg de cassiterita em sacos e aproximadamente 1 tonelada do mineral em montes na região de Waikás (RR), a 300km de Boa Vista, às margens do Rio Uraricoera, na Terra Indígena Yanomami.

Conhecido como “ouro negro”, por causa da cor e do alto valor, a cassiterita, minério pouco conhecido do público, vale, em média, R$ 56 o quilo. Ela é a principal fonte para se obter o estanho, metal nobre usado na fabricação de smartphones e tablets, por exemplo. O material é usado na composição do material da tela e das placas de circuitos eletrônicos.

A apreensão do material ocorreu no sábado (20), como parte da Operação Catrimani II, coordenada pelo Ministério da Defesa, mas só foi divulgada na manhã de segunda-feira (22). Após a ação, foram destruídos diversos equipamentos usados pelos garimpeiros ilegais.

A missão, denominada Xaraka II (flecha, no dialeto Yanomami), contou com a participação de militares do Destacamento de Operações Especiais da Marinha e agentes da Força Nacional de Segurança, que têm atuado em conjunto no combate ao garimpo ilegal e outros crimes na Amazônia.

Em junho, militares realizaram uma nova missão contra garimpos ilegais na região de Xitei, próximo à Surucucu. Já no início de julho, as tropas que fazem parte da operação destruíram 11 pistas para uso de aeronaves, na região de Campos Novos.

Operação mira PMs acusados de lucrar com garimpo ilegal
Policiais militares são alvos de outra megaoperação desencadeada em Roraima na manhã desta segunda-feira. Eles são acusados de integrar uma milícia que agia a favor de garimpeiros ilegais, cometendo uma série de crimes, incluindo roubo, tortura, sequestro e tráfico de drogas.

Investigação do Ministério Público estadual aponta ao menos 100 policiais militares de Roraima como suspeitos de integrar o grupo miliciano. Em abril, foram presos um sargento e dois soldados. Nesta segunda-feira, na segunda fase da operação, policiais civis foram às ruas para prender mais quatro PMS.

Eles são suspeitos de inventar cenários de confronto para roubar dinheiro, ouro e cassiterita dos garimpeiros concorrentes de seus “patrões”, além de roubar os próprios garimpeiros, segundo o Ministério Público.

Mortes em série e roubo de avião
Os crimes atribuídos aos policiais milicianos são investigados em promotorias diferentes desde 2021, quando o ex-policial militar Gilson Viana, de 43 anos, foi preso suspeito de executar ao menos 12 pessoas. Já condenado, ele fugiu de um presídio de Roraima em outubro de 2023. As investigações sobre a milícia formada por policiais roraimenses foram intensificadas após a morte do soldado Ismael Palmeira da Silva, durante um roubo de avião numa área de acesso a garimpos ilegais na Terra Yanomami, em setembro de 2022.

Em março de 2023, a Polícia Civil fez uma operação, derivada do roubo da aeronave, e prendeu três policiais militares, um policial penal, um policial civil e um ex-militar do Exército Brasileiro. O grupo é investigado por homicídios, sequestros e roubo qualificado, além de milícia privada.

Em janeiro de 2024, um foi parado e agredido por policiais militares quando trafegava pela RR-205, uma das estradas usadas como rotas para garimpos ilegais na Terra Yanomami. Inicialmente, ele foi abordado por quatro PMs em uma viatura, e depois chegaram mais oito.

O homem contou, em depoimento na Polícia civil, que os policiais queriam saber se ele era envolvido com o tráfico de drogas. Após negar, foi agredido, e teve um cordão de ouro roubado pelos policiais militares. Um deles depois foi reconhecido como um sargento investigado por integrar milícia e grupo de extermínio no estado.

Já em março, um motorista foi assassinado após ser parado em uma estrada carregando cassiterita. Os autores dos crimes são PMs milicianos, segundo o MP.
Fonte: O Tempo

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Gazeta de Varginha

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