Minas Gerais deve bater recorde de transplantes em 2025 com mais de 2 mil procedimentos

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Minas Gerais está a caminho de alcançar um novo marco histórico na área da saúde: o maior número de transplantes realizados em um único ano. Só no primeiro semestre de 2025, o estado já registrou um aumento de 8% em relação ao mesmo período de 2024, considerado até então um dos melhores anos desde o início da pandemia.

De acordo com projeções do MG Transplantes, órgão coordenado pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), a expectativa é de que o ano termine com mais de 2 mil transplantes realizados — um recorde absoluto.

Para muitos, esse procedimento representa mais do que números: é a chance de um recomeço. É o caso do bancário Itamar Borges Junior, de 45 anos. Diagnosticado com diabetes ainda na juventude, Itamar passou anos enfrentando complicações graves da doença, como perda de visão, falência renal e sessões de hemodiálise. Sua trajetória mudou completamente após receber, em 2014, um transplante duplo de rim e pâncreas no Hospital Felício Rocho. Desde então, ele se formou em administração, retomou a vida profissional, construiu uma família e voltou a sonhar.

O aumento dos procedimentos está diretamente ligado às ações de capacitação promovidas pelo MG Transplantes. Em 2025, foram realizados treinamentos voltados para médicos no diagnóstico de morte encefálica, além de cursos com equipes multiprofissionais para melhorar a comunicação com familiares — uma das etapas mais delicadas do processo de doação.

Essas iniciativas já mostram resultados concretos. Os transplantes de córnea, por exemplo, saltaram de 980 em 2024 para quase 700 apenas no primeiro semestre de 2025. A expectativa é encerrar o ano com 1.200 procedimentos, um crescimento superior a 20%.

Neste contexto, a Campanha Setembro Verde ganha ainda mais relevância. Criada para promover uma sociedade mais acessível e inclusiva, a campanha também abraça a causa da doação de órgãos. No dia 27 de setembro, é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos, instituído pela Lei nº 11.584/2007, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de doar.

Apesar dos avanços, a recusa familiar ainda é o principal obstáculo, com cerca de 45% das famílias negando autorização para a doação. Por isso, campanhas como o Setembro Verde são fundamentais para informar e incentivar o diálogo entre familiares sobre o tema, desmistificando o processo e salvando vidas.