Minas Gerais tem 400 minas abandonadas e especialistas alertam para risco de novas tragédias
gazetadevarginhasi
21 de jul.
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O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho trouxe à tona não apenas a ineficiência na fiscalização da mineração no Brasil, mas também um cenário ainda mais preocupante: o que acontecerá se a próxima tragédia envolver uma pequena empresa desativada ou falida, sem recursos para arcar com as consequências?
Especialistas ouvidos pelo Estado de S. Paulo alertam que esse é um perigo real. Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), as barragens mais vulneráveis de Minas Gerais pertencem justamente a empresas que não estão mais em operação.
A mais preocupante é a barragem da Mina Engenho, em Rio Acima, pertencente à Mundo Mineração, que deixou de operar há mais de seis anos. Desde então, não recebeu manutenção alguma, apenas algumas placas alertando para a presença de resíduos tóxicos como arsênico e mercúrio usados na extração de ouro.
Esse não é um caso isolado: outras duas minas desativadas são consideradas ainda mais perigosas do que a barragem da Vale que se rompeu em Brumadinho. O Ministério Público de Minas Gerais já investiga algumas dessas situações.
O problema não é novo. Um levantamento feito em 2016 pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) identificou nada menos que 400 minas abandonadas ou desativadas no estado. Embora a pesquisa tenha focado nos sítios inoperantes, também apontou barragens sem relatórios de segurança sobre os rejeitos que armazenam.
Entre os casos mais preocupantes estão as operações da Mundo Mineração, Minar Mineração Aredes e Topázio Imperial Mineração. Segundo especialistas do setor, essas minas abandonadas representam uma verdadeira “bomba-relógio”, ameaçando populações e ecossistemas caso não recebam atenção imediata.
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