Morre em Pernambuco mulher que contraiu raiva humana após mordida de sagui
13 de jan.
Reprodução
A mulher que contraiu raiva humana no Agreste de Pernambuco faleceu no sábado (11) devido às complicações da doença. Ela estava internada em estado grave no Hospital Universitário Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco (HUOC/UPE), após ser atacada por um sagui.
O caso foi confirmado em 8 de janeiro pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES), marcando o primeiro registro de raiva humana no estado após oito anos.
A vítima, uma mulher de 56 anos, natural de Santa Maria do Cambucá, foi mordida pelo animal quando ele se aproximou da área urbana, provavelmente fugindo de queimadas na região. Ela deu entrada no hospital no dia 31 de dezembro, apresentando sintomas iniciais como dormência que se espalhou pelo corpo, fraqueza e dores. No dia 9 de janeiro, a confirmação de infecção por raiva foi divulgada pelas autoridades de saúde.
O Instituto Pasteur, em São Paulo, confirmou que o vírus responsável pela infecção era de origem silvestre, proveniente de um sagui. A Vigilância Ambiental de Pernambuco alertou para o risco que animais silvestres, como os saguis, representam, já que esses animais não são vacinados contra a raiva, ao contrário dos animais domésticos. Eduardo Bezerra, diretor-geral de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde de Pernambuco, destacou que, embora o estado não registrasse casos de raiva humana há anos, o vírus ainda circula em animais silvestres, como os primatas.
Entre 2010 e 2024, o Brasil registrou 48 casos de raiva humana, sendo 9 causados por mordidas de cães, 24 por morcegos, 6 por primatas não-humanos, 2 por raposas, 4 por felinos e 1 por bovino.
Após a mordida do sagui, o quadro da paciente piorou rapidamente. Em 2 de janeiro, ela desenvolveu sintomas neurológicos graves, como agitação e insuficiência respiratória, necessitando de ventilação mecânica. No sábado (11), a morte foi confirmada, em decorrência das complicações da raiva.
A profilaxia imediata após a exposição ao vírus é essencial para prevenir a evolução da doença. No caso de mordidas de animais silvestres, como os saguis, é fundamental procurar atendimento médico rapidamente para a aplicação da vacina antirrábica e, quando necessário, do soro antirrábico. Além disso, a vacinação de cães e gatos, animais domésticos mais próximos aos humanos, é uma medida preventiva crucial.
A raiva é uma doença viral grave e quase sempre fatal quando os sintomas clínicos se manifestam. O vírus é transmitido por mordidas, arranhões ou lambidas de animais infectados.
No caso da mulher em Pernambuco, a transmissão ocorreu por meio da mordida do sagui. O período de incubação da doença varia de 2 a 10 dias, com os primeiros sinais incluindo febre baixa, mal-estar geral, dor de cabeça, náuseas e sensação de angústia. Conforme a infecção avança, o paciente pode apresentar agitação, dificuldade para engolir, paralisia e até coma.
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