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Mulheres em situação de vulnerabilidade iniciam formação profissional em projeto do MPMG

  • gazetadevarginhasi
  • há 4 horas
  • 2 min de leitura
Mulheres em situação de vulnerabilidade iniciam formação profissional em projeto do MPMG
Divulgação
Mulheres vítimas de violência iniciam curso de camareira em projeto de inclusão e empregabilidade em BH.

Com o objetivo de promover autonomia e inserção no mercado de trabalho, 40 mulheres encaminhadas por instituições da Justiça e da sociedade civil começaram, nesta segunda-feira (26/5), um curso de formação para camareiras oferecido pelo Senac, em Belo Horizonte. O grupo reúne imigrantes, egressas do sistema prisional e vítimas de violência doméstica, entre elas participantes indicadas pela Casa Lílian, centro de apoio a vítimas do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

A iniciativa integra o projeto Laudelina, resultado de uma articulação entre o MPMG, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o Senac, o Conselho Regional Imobiliário (Cori) e a organização Filhas de Sara. A rede hoteleira Accor também apoia a ação, oferecendo estrutura para as aulas práticas e a possibilidade de entrevistas de emprego com as alunas ao fim da formação.

“A proposta é mais do que um curso: é um programa de empregabilidade para mulheres na hotelaria. Elas farão processos seletivos com chances reais de contratação”, explica Ana Roberta da Cruz, especialista técnica de relacionamento institucional do Senac em Minas.

O curso proporciona às participantes não apenas formação técnica, mas também um espaço de convivência e troca entre mulheres em diferentes contextos de vulnerabilidade social. Na primeira aula, realizadas no turno da manhã, haitianas, bolivianas, egressas do sistema prisional e vítimas de violência familiar compartilharam suas histórias e expectativas. Muitas relataram ver na qualificação uma chance concreta de alcançar a independência financeira e reconstruir a vida.

A coordenadora da Casa Lílian, Ana Tereza Giacomini, reforçou a importância do trabalho para as mulheres em situação de violência. “Temos atendido muitas mulheres que, por causa da violência, se afastaram do mercado de trabalho ou interromperam os estudos. Resgatar esse lugar profissional é parte do processo de reconstrução. A independência financeira e social é crucial para romper o ciclo de violência em que muitas estão inseridas”, afirmou.

O projeto Laudelina integra o programa Compartilhar, da Casa Lílian, que busca parcerias para realizar campanhas, oficinas e cursos voltados às vítimas de violência doméstica. Giacomini ressalta que ações como essa ajudam na recuperação integral das mulheres. “Hoje falamos de empregabilidade, mas há muitas outras frentes a considerar quando falamos de restauração. Esse é apenas um dos caminhos para a reconstrução da autoestima, da autonomia e da dignidade dessas mulheres”, pontuou.

Homenagem a uma pioneira
O nome do projeto presta homenagem a Laudelina de Campos Melo, referência histórica na luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas no Brasil. Nascida em 1904, em Poços de Caldas (MG), Laudelina começou a trabalhar ainda na infância e construiu uma trajetória marcada pela atuação política e social. Fundou, em 1936, a primeira associação de trabalhadores domésticos do país, em Santos (SP), enfrentando perseguições durante o regime do Estado Novo.

Militante da Frente Negra Brasileira e ativa em movimentos sociais e culturais, Laudelina tornou-se símbolo do sindicalismo e do feminismo negro. Sua história inspira o projeto que, ao promover capacitação e inclusão social, busca ampliar o acesso das mulheres a direitos fundamentais como trabalho digno, autonomia e proteção social.
Fonte: MPMG

Gazeta de Varginha

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