Nome de Olavo de Carvalho surge em investigação sobre tentativa de golpe de Estado
19 de fev.
Reprodução
Mais de dois anos após sua morte, o filósofo Olavo de Carvalho voltou a ser citado em uma investigação da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Documentos anexados ao inquérito mencionam o pensador como uma figura central na construção ideológica de uma organização criminosa que teria atuado contra as instituições democráticas.
A referência ao nome de Olavo aparece em uma publicação feita pelo jurista Amauri Feres Saad no Instagram, no dia 25 de janeiro de 2022, data da morte do filósofo. Na postagem, ele aparece segurando um livro de autoria do advogado, cujas ideias teriam influenciado grupos investigados.
A delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, também reforça a tese de que os conceitos propagados por Saad foram utilizados para justificar uma possível ruptura institucional. Cid citou Saad como um dos juristas que teriam defendido interpretações do artigo 142 da
Constituição para embasar a possibilidade de intervenção militar.
Segundo os investigadores, em um grupo de WhatsApp denominado “Dosssss!!!”, os participantes debatiam a tese e compartilhavam o livro de Saad, intitulado O art. 142 da Constituição de 1988: Ensaio sobre a sua interpretação e aplicação.
A investigação segue em andamento, e a retirada do sigilo do acordo de delação premiada de Cid pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve trazer novos desdobramentos para o caso.
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