Observatório da UNIFAL-MG discute acessibilidade e limpeza das praças de Varginha em 4 de novembro
gazetadevarginhasi
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O projeto de extensão Observatório dos Espaços Públicos de Varginha, vinculado à Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), divulgou dois relatórios que traçam um diagnóstico completo sobre as condições de praças e parques da cidade.
Os levantamentos, realizados entre outubro e novembro de 2024, revelam desafios importantes nas áreas de acessibilidade urbana, limpeza pública e infraestrutura ambiental. Os resultados serão apresentados no evento “Os Espaços Públicos do Sul de Minas Gerais: Varginha-MG”, que ocorre no dia 4 de novembro, no campus da UNIFAL em Varginha, reunindo professores, gestores públicos e representantes da sociedade civil para discutir temas como planejamento urbano, educação ambiental e ações climáticas locais.
Diagnóstico e metodologia
A iniciativa é coordenada pelo professor José Roberto Porto de Andrade Júnior, do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA) da UNIFAL-MG, e envolve docentes e estudantes de graduação e pós-graduação.
O trabalho combina pesquisa e extensão universitária, com o objetivo de gerar dados concretos para subsidiar políticas públicas municipais voltadas à melhoria dos espaços urbanos.
O roteiro de avaliação foi elaborado em parceria com os professores Everton Rodrigues da Silva (Tom), também do ICSA, e Francisco José Cardoso, do Instituto de Ciência e Tecnologia do campus Poços de Caldas.
A vistoria das praças e parques de Varginha foi conduzida pelo geógrafo Pedro Freitas Ramos Grande, mestrando em Ciências Ambientais.
Acessibilidade limitada
O primeiro relatório abordou a acessibilidade em 96 praças e parques do município. Segundo o levantamento, apenas 37,5% dos locais oferecem acesso por rampas ou pavimento nivelado, enquanto 62,5% ainda apresentam desníveis ou degraus que dificultam a entrada de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Além disso, menos de um terço (29,2%) dos espaços possui pavimento firme e desobstruído, condição essencial para a circulação segura, e apenas 38,5% contam com equipamentos acessíveis, como bancos e brinquedos adaptados.
O professor José Roberto destaca que o objetivo central do observatório é dialogar com o poder público e fornecer informações que possam orientar ações concretas.
“Acreditamos que esses dados podem ajudar na adequação dos espaços públicos às necessidades sociais e ambientais.
É uma iniciativa que une universidade, sociedade civil e governo municipal”, afirmou.
Limpeza e descarte de resíduos
O segundo relatório revelou um cenário preocupante em relação à limpeza urbana: 81,3% das praças e parques apresentavam lixo em quantidade significativa no momento das visitas.
Além disso, 42,7% dos espaços não possuíam lixeiras comuns e nenhum local contava com lixeiras para coleta seletiva.
O professor José Roberto classificou o dado como “alarmante”, ressaltando que o problema tem origem tanto em aspectos culturais, relacionados ao uso inadequado dos espaços pela população, quanto em falhas na infraestrutura urbana.
Segundo ele, a falta de estrutura adequada dificulta o descarte correto, mesmo para os cidadãos que desejam colaborar com a limpeza.
“Não basta instalar lixeiras, é preciso garantir a coleta periódica e a destinação correta dos resíduos, além de promover a educação ambiental”, explicou.
O coordenador também destacou que as lixeiras de coleta seletiva cumprem um papel educativo importante, ajudando a estimular hábitos sustentáveis nos espaços públicos.