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Pesquisa da Unifal usa nanotecnologia para aumentar rendimento de vacinas e pode ampliar cobertura em surtos e pandemias

  • gazetadevarginhasi
  • 29 de out.
  • 2 min de leitura

Reprodução
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Pesquisadores da Universidade Federal de Alfenas (Unifal) estão desenvolvendo, por meio de nanotecnologia, uma substância capaz de ampliar a eficácia e o rendimento de vacinas, permitindo que uma mesma quantidade de imunizante possa imunizar mais pessoas.

A nova formulação permite reduzir em até 100 vezes a dose necessária do imunizante sem comprometer sua eficácia, o que pode ter impacto direto em campanhas de vacinação, sobretudo em momentos de surtos, epidemias ou pandemias, quando há escassez de doses.

A substância em estudo atua como adjuvante — tecnologia que potencializa a resposta do sistema imunológico à vacina aplicada. Segundo o professor de microbiologia da Unifal, Luiz Felipe Coelho, coordenador da pesquisa, a equipe chegou a uma formulação composta por nanopartículas que, quando adicionadas aos frascos de vacinas, conseguem ampliar o número de doses disponíveis por unidade. O estudo vem sendo desenvolvido há cerca de 10 anos, com avanços significativos nos últimos meses. Os testes estão sendo conduzidos em animais e apresentam resultados promissores.

Na atual etapa da pesquisa, os cientistas aplicaram a formulação em um modelo vacinal contra o vírus da mpox, conhecida como varíola do macaco. A abordagem utiliza nanopartículas de albumina bovina com uma molécula chamada Poli I:C, testada em camundongos. Parte dos animais foi vacinada com doses até cem vezes menores que a convencional, e outra parte recebeu a mesma dose padrão acrescida das nanopartículas. Após a imunização, os animais foram infectados com o vírus para avaliar a resposta imunológica.

Os resultados apontaram aumento significativo na produção de anticorpos antipoxvírus entre os camundongos imunizados com a nova tecnologia. Além disso, esses animais apresentaram sinais clínicos mais leves da infecção, com menos perda de peso e sintomas, quando comparados aos vacinados com doses sem o adjuvante. A aluna de mestrado Mayra Amoreli da Silveira participa do projeto como autora da pesquisa experimental.

De acordo com os pesquisadores, a tecnologia tem potencial para se tornar uma aliada estratégica do sistema de saúde em situações de emergência sanitária. O modelo de dose-economia pode garantir maior cobertura populacional com menos insumos, permitindo a imunização de um número maior de pessoas em menos tempo, principalmente em cenários onde o acesso às vacinas é limitado ou a produção global não consegue atender à demanda.

Antes de ser considerada para uso em larga escala, a substância deverá passar por diversas etapas de validação, incluindo novos testes em animais com diferentes vacinas e, futuramente, ensaios clínicos em humanos. O grupo busca agora parcerias com empresas do setor farmacêutico que possam viabilizar os próximos testes e reduzir os custos de produção. Segundo o professor Luiz Felipe Coelho, após essa fase de testes, o foco será garantir a segurança do uso da nanopartícula em humanos e abrir caminho para que o produto possa ser submetido à análise de órgãos reguladores e, eventualmente, ser incorporado ao sistema público de saúde.

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Gazeta de Varginha

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