PF: investigada por fraude no INSS fez 33 viagens em 11 meses
gazetadevarginhasi
12 de mai.
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Divulgação
Investigada por fraude no INSS fez 33 viagens em 11 meses, aponta PF.
A Polícia Federal apura o envolvimento de Cecilia Rodrigues Mota, presidente de duas associações ligadas a aposentados, em um esquema de fraudes no INSS que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões. Segundo relatório da corporação, ela realizou 33 viagens entre janeiro e novembro de 2024 — algumas internacionais — acompanhada por suspeitos de participar do esquema.
As viagens incluem destinos como Dubai, Paris e Lisboa. Em 2023, Cecilia havia feito apenas oito deslocamentos, o que evidencia, para os investigadores, um comportamento atípico. Seis pessoas que a acompanharam ao longo de 2024 foram identificadas como supostos beneficiários do esquema e teriam recebido repasses significativos de recursos ligados a empresas e escritórios sob controle de Cecilia.
Entre os nomes citados, Tiago Schettini Batista recebeu mais de R$ 2 milhões da Unaspub (União Nacional de Auxílio aos Servidores Públicos), além de R$ 6,1 milhões repassados por Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”. Já Marcelo Alexandre Pereira Lima foi citado por transportar grande volume de bagagens — a PF estima que cada mala poderia conter até R$ 5 milhões em cédulas de R$ 100.
A PF destaca que, em uma viagem a Dubai, três dos acompanhantes transportaram ao todo 31 malas, número considerado excessivo para um período de apenas sete dias. Ainda segundo o relatório, Cecilia teria movimentado cerca de R$ 14 milhões em menos de um ano, valores destinados a pessoas físicas e jurídicas ligadas a ela.
Cecilia presidia simultaneamente a AAPEN (Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional) e a AAPB (Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil), entidades suspeitas de realizar descontos não autorizados em benefícios de segurados do INSS. Ambas operavam no mesmo endereço e com estrutura compartilhada. A Controladoria-Geral da União identificou indícios de que a duplicidade seria usada para dificultar a fiscalização.
De acordo com a PF, ao menos 35 beneficiários relataram desconhecer as associações e não terem autorizado qualquer filiação. A Operação “Sem Desconto” revelou também o uso de assinaturas falsificadas e a ausência dos serviços prometidos pelas entidades, reforçando a suspeita de atuação fraudulenta em larga escala.
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