top of page
1e9c13_a8a182fe303c43e98ca5270110ea0ff0_mv2.gif

Polícia desarticula quadrilha que fraudava vítimas com golpes financeiros disfarçados de benção religiosa

Polícia desarticula quadrilha que fraudava vítimas com golpes financeiros disfarçados de benção religiosa
Reprodução
Polícia desarticula esquema de fraude religiosa com perdas milionárias.

Na manhã desta quinta-feira (30), a Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco/Decor), desarticulou uma organização criminosa especializada em fraudes financeiras disfarçadas de promessas religiosas. Estima-se que o grupo, formado por cerca de 200 pessoas, tenha lesado pelo menos 50 mil vítimas no Brasil e no exterior. A operação, batizada de "Falso Profeta", cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e resultou no bloqueio de 7,9 milhões de reais.

As investigações apontaram que o esquema operava de maneira estruturada, com membros desempenhando funções como líderes religiosos, "laranjas", influenciadores digitais e administradores de redes sociais. O golpe baseava-se na manipulação de fiéis, prometendo riquezas miraculosas por meio da compra de frações de títulos financeiros falsos, em uma teoria chamada Nesara-Gesara. De acordo com os criminosos, as vítimas poderiam transformar pequenas quantias de dinheiro em quantias astronômicas, como transformar 25 reais em 1 octilhão de reais, uma cifra absurda, 1 seguido de 27 zeros.

Segundo o delegado Marco Aurélio Sepúlveda, responsável pela operação, o golpe foi orquestrado com uso de contratos falsos e documentos fictícios, como "100 trilhões de dólares". Como resultado, muitas vítimas perderam grandes quantias de dinheiro, venderam bens e acumularam dívidas. O prejuízo financeiro foi agravado por danos psicológicos, com pessoas entrando em depressão e rompendo laços familiares.

O esquema, que estava em operação desde 2019, foi identificado após a prisão de um influenciador digital em 2022, que tentava enganar uma vítima com um extrato bancário falso de 17 bilhões de reais. O valor movimentado pela organização, até o momento, é estimado em 160 milhões de reais. A operação resultou na prisão de cinco membros-chave do grupo, incluindo líderes religiosos e advogados.

De acordo com o economista Newton Marques, valores como os prometidos pelos golpistas são fictícios e não têm respaldo na economia real. Ele alerta que, em finanças, não existem investimentos que gerem retornos extraordinários, especialmente os promovidos por "líderes espirituais". O delegado Sepúlveda também alertou sobre a vergonha que impede muitas vítimas de denunciar os crimes, destacando a importância de procurar a Justiça para tentar reaver os valores perdidos.

As investigações continuam, e os suspeitos poderão responder por crimes como organização criminosa, estelionato, fraude eletrônica, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A Polícia Civil reforça o alerta para que a população desconfie de promessas de ganho fácil e denuncie qualquer atividade suspeita nas delegacias.
Fonte: Correio Brasiliense

Comments


Gazeta de Varginha

bottom of page