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Primeira mina de urânio do Brasil, em Caldas (MG), enfrenta impasse ambiental para ser desativada

  • gazetadevarginhasi
  • há 4 minutos
  • 2 min de leitura


Reprodução
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Fechada desde 1995, a primeira mina de urânio do Brasil, localizada no município de Caldas, no Sul de Minas Gerais, ainda carrega um enorme desafio ambiental: a destinação final de milhares de toneladas de resíduos radioativos armazenados na unidade. Antes que a área possa ser oficialmente desativada e recuperada, a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) — estatal responsável pela exploração — precisa definir o que será feito de um dos maiores passivos ambientais do programa nuclear brasileiro.
A unidade da INB em Caldas operou durante os anos 1980 e foi responsável pela produção de 1,5 mil toneladas de concentrado de urânio, produto que abasteceu a usina de Angra I e impulsionou os primeiros passos do programa nuclear nacional. Após mais de três décadas desde o encerramento das atividades, a área da mina ainda não foi totalmente recuperada, pois depende do descomissionamento — processo técnico de desativação e desmantelamento de instalações nucleares, necessário para mitigar os impactos ambientais e permitir a eventual reutilização do espaço.
O Ibama concedeu à INB, em janeiro deste ano, a primeira licença ambiental que autoriza o início do descomissionamento. No entanto, o processo só poderá avançar após a definição do destino de um resíduo específico e altamente sensível: as 11.334 toneladas da chamada "Torta II".
Esse material é resultado do tratamento químico da monazita, mineral rico em elementos raros, realizado pela antiga empresa Nuclemon, em São Paulo, entre as décadas de 1950 e 1980. O resíduo foi transferido para Caldas nos anos 1990 e, desde então, permanece armazenado em galpões e no subsolo da mina, aumentando a complexidade do cenário ambiental local.
Segundo o tecnologista Alexandre Oliveira, da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), a Torta II possui cerca de 50% de tório e 1% de urânio, o que pode representar um potencial de reaproveitamento futuro, caso haja interesse por parte do governo federal. A INB afirma que avalia alternativas para a destinação da substância, incluindo a venda ou o envio para instalações licenciadas que possam tratar ou armazenar os rejeitos de forma definitiva.

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