Rãs de Chernobyl Desafiam a Radiação e Revelam Adaptação Surpreendente
7 de nov. de 2024
Foto: Reprodução
Desde o acidente nuclear de Chernobyl em 1986, a zona de exclusão ucraniana, cobrindo 2.800 km², tornou-se um refúgio de biodiversidade e objeto de intenso estudo. Inicialmente, acreditava-se que a radiação tornaria a vida animal na área inviável, promovendo deformidades físicas e genéticas severas. Contudo, novas descobertas indicam uma surpreendente resiliência em algumas espécies, como a rã verde oriental (Hyla orientalis), que parecem prosperar apesar da exposição contínua à radiação.
Pesquisadores, em estudo publicado na revista Biology Letters, monitoraram quase 200 rãs orientais da área de Chernobyl, com idades entre dois e nove anos, para observar possíveis impactos corporais e comportamentais devido à radiação. Os resultados desafiaram expectativas: as rãs não apresentaram alterações significativas na longevidade, hormônios de estresse ou integridade dos telômeros – biomarcadores que indicam envelhecimento celular. Surpreendentemente, a radiação na região, agora reduzida em relação aos níveis do desastre, não afetou esses anfíbios como se temia.
A resiliência das rãs verdes é intrigante, pois contrasta com pesquisas em outras espécies, como roedores, que demonstraram uma menor expectativa de vida em áreas contaminadas. O estudo sugere que, com o passar do tempo, os níveis reduzidos de radiação podem não representar um risco tão prejudicial. A adaptação das rãs a esse ambiente extremo traz uma nova perspectiva para a conservação e estudo de animais em locais afetados por radiação, indicando a possibilidade de adaptação biológica significativa em ecossistemas impactados.
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