Sem Pacheco na disputa, Lula perde sua principal aposta para ter força eleitoral em Minas Gerais
gazetadevarginhasi
há 18 minutos
2 min de leitura
Reprodução
A decisão do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) de não concorrer ao governo de Minas Gerais complicou ainda mais a construção do palanque do presidente Lula no segundo maior colégio eleitoral do país. O cenário, que já era considerado desafiador, torna-se ainda mais difícil sem o nome de Pacheco como cabeça de chapa — algo que muitos aliados do presidente tratavam como peça central para aumentar a competitividade do campo governista no estado.
Com a retirada definitiva de Pacheco da disputa, aliados de Lula agora passam a trabalhar com duas alternativas: Gabriel Azevedo (MDB) e Alexandre Kalil (PDT). Ambos, porém, enfrentam obstáculos próprios. Gabriel Azevedo tem repetido a interlocutores que não pretende ser palanque nem de direita nem de esquerda, buscando manter distância política do PT em Minas. Já Kalil, embora conhecido no estado e já tendo disputado o governo, enfrenta resistência em algumas alas partidárias e ainda não conquistou consenso entre os aliados do presidente.
Em entrevista à rádio CNN Brasil, Rodrigo Pacheco comentou sobre a conversa que teve com o presidente. Segundo ele, o diálogo foi “franco e amistoso”, e ambos deixaram claro que não houve atrito com relação à escolha do governo federal para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Pacheco afirmou estar honrado por ter sido lembrado para o cargo, mas reiterou que sua intenção é encerrar a vida pública ao término do seu mandato de senador. “Essa decisão definitiva eu só posso tomar junto aos meus companheiros políticos, do Senado e de Minas Gerais”, declarou.
Com a saída de Pacheco da equação eleitoral, Lula segue longe de consolidar um palanque competitivo no estado, que tem 16,4 milhões de eleitores. Desde 2002, todos os candidatos mais votados em Minas Gerais venceram a eleição nacional — o que reforça o caráter decisivo do estado. Por características culturais, socioeconômicas, geográficas e pelas diferenças entre suas regiões, Minas é frequentemente chamado por analistas políticos de “estado-pêndulo”, capaz de definir o resultado final de uma disputa presidencial.