Sobretaxas dos EUA sobre produtos brasileiros teriam relação com discurso de Lula sobre o Brics, diz especialista
- gazetadevarginhasi
- há 4 dias
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Economista diz que Brasil entrou “gratuitamente” em conflito com EUA por defesa de moeda alternativa.
O economista-chefe da ARX Investimentos, Gabriel Leal de Barros, afirmou em entrevista ao Poder360 que a defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por uma moeda alternativa ao dólar nas negociações do Brics teve “peso importante” na imposição de sobretaxas norte-americanas sobre produtos brasileiros.
Segundo Barros, o Brasil, ao incentivar a realização de transações comerciais em moedas diferentes do dólar durante o encontro do Brics no Rio de Janeiro, em agosto, acabou entrando “gratuitamente” em um conflito geopolítico que tradicionalmente envolve países sancionados ou em guerra, como Rússia, China e Irã.
“O presidente, ao longo do evento dos Brics, sinalizou diversas vezes que não desistirá de buscar negócios em outras moedas que não o dólar, instigando uma reação do governo norte-americano”, declarou o especialista.
Barros alertou que o Brasil pode sofrer nova retaliação caso continue comprando produtos da Rússia, incluindo petróleo, derivados e fertilizantes, com tarifas que podem chegar ou superar 100%, sem exceções. Ele destacou que a medida teria impacto direto sobre a atividade econômica brasileira e o balanço de pagamentos, afetando investimentos e gerando perdas de dezenas de bilhões de dólares.
O economista também avaliou o efeito das medidas sobre o setor interno, afirmando que a atividade econômica do país poderia ser impactada em R$ 20 a R$ 30 bilhões anualizados, mesmo com quase 700 produtos brasileiros atualmente livres da sobretaxa adicional de 40%.
Outros pontos abordados na entrevista incluem:
Política fiscal: “O governo vem produzindo impulsos fiscais expansionistas de forma recorrente. A persistência desse impulso explica por que o PIB tem surpreendido até aqui e por que a inflação permanece acima da meta.”
Atraso de precatórios: “A PEC 66 amplia o espaço fiscal ao renegociar precatórios e dívidas de estados e municípios, permitindo mais gastos em todas as esferas do governo.”
Juros: “No nosso cenário base, o Banco Central iniciará o ciclo de cortes em janeiro, no primeiro trimestre do próximo ano.”
Inflação: “Prevemos inflação de 4,8% em 2026, ligeiramente abaixo de 5%, acima das estimativas atuais do Banco Central.”
Fonte: Poder360
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