Lamborghini Fenomeno: 1.080 cv, com exclusividade em dose máxima

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O Monterey Car Week, realizado anualmente na Califórnia, é famoso por reunir os melhores carros clássicos do mundo, mas também há espaço para novidades. Um dos eventos da semana automotiva é um encontro de esportivos chamado The Quail, que vem servindo como palco de estreia para carros-conceito e modelos superexclusivos.

O Fenomeno foi uma das grandes presenças no The Quail deste ano. Trata-se do mais recente Lamborghini de série limitada. Chamados few-offs, esses modelos vão além de simples carros de série com outra roupagem. Alguns estreiam novas tecnologias, como os instrumentos digitais do Reventón ou o sistema híbrido do Sián.

Essa tradição da marca foi iniciada em 2007 com o Reventón, seguido por modelos de tiragem especial como Sesto Elemento (2010), Veneno (2013), Centenario (2016), Sián (2019) e Countach LPI 800-4 (2021). Dois destes, aliás, também estrearam no The Quail: a versão Roadster do Centenario e o Countach LPI 800-4.

Derivado do Revuelto, o Fenomeno foi apresentado no dia 15 de agosto, em um lounge exclusivo montado pela Lamborghini para convidados VIP. A produção será limitada a 30 unidades, sendo que 29 já foram vendidas e uma vai para o museu da fábrica, em Sant'Agata Bolognese. Como todos os carros já têm dono, o preço não foi divulgado aos reles mortais.

O mais potente dos Lamborghini

Vale dizer que o nome Fenomeno não é uma homenagem ao nosso Ronaldo, mas sim a um touro mexicano tão corajoso e implacável que “conquistou sua liberdade” em 2002. E o Fenomeno é simplesmente o Lamborghini de rua mais rápido e potente de todos os tempos.

O ponto de partida para a construção do Fenomeno foi o modelo Revuelto (de 1.001 cv). Como o motor V12 de 6,5 litros já estava praticamente em seu limite de preparação, o jeito foi ganhar mais uns cavalinhos extras no sistema híbrido, com uma bateria de 7 kWh – o dobro da capacidade da bateria original.

A potência total é de 1.080 cv, sendo 835 cv do motor V12 aspirado e 245 cv provenientes dos três motores elétricos: dois no eixo dianteiro e um montado junto à caixa de câmbio automatizada de duas embreagens. Assim, o Fenomeno acelera de 0 a 100 km/h em meros 2,4 segundos. Já o 0 a 200 km/h é feito em 6,7 s, enquanto a máxima é superior a 350 km/h.

Para deter o monstro, há freios CCM-R, sigla de Carbon-Ceramic Matrix-Racing. São freios de carbono-cerâmica de alto desempenho, desenvolvidos principalmente para competição. Em comparação com os freios de carbono-cerâmica convencionais (CCM) usados em supercarros, a versão CCM-R é uma evolução mais extrema. É a primeira vez que um Lamborghini adota essa tecnologia. A promessa é que garante freios mais leves, resistentes, com mais atrito e que suportam temperaturas extremas sem perda de desempenho.

Uma curiosidade é que os amortecedores adaptativos do Revuelto deram lugar a uma suspensão ajustável manualmente. O objetivo foi reduzir peso e oferecer uma condução mais simples e à moda antiga. O conjunto conta com o apoio de rodas forjadas de porca única e pneus Bridgestone desenvolvidos para pista.

Hipertudo

As linhas foram inteiramente projetadas pelo Centro Stile da Lamborghini, sob a direção do alemão Mitja Borkert, chefe de design da marca. Segundo o criador, o novo hiperesportivo marca uma nova fase na linguagem de design da Lamborghini, descrita como “hiper-elegante”, ao mesmo tempo em que leva ao extremo elementos como a silhueta alongada e as lanternas verticais em formato de Y.

Todos os painéis da carroceria foram refeitos e são de fibra de carbono. Por fora, os vidros são a única parte em comum com o Revuelto. O carro cresceu em largura e comprimento, com a traseira se alongando à moda rabo de pato. Na dianteira, duas enormes passagens de ar que começam no para-choque e vão até o capô ajudam a aumentar o downforce.

Outro elemento é um spoiler ativo de três posições, capaz de gerar uma carga aerodinâmica 30% maior que no Revuelto. Cada entrada de ar, duto e saída cumpre função real, especialmente para resfriar o V12 e a bateria maior. Uma tomada de ar no teto e o motor central exposto completam a ventilação.

O interior mantém a familiaridade com o Revuelto, mas agora foca ainda mais na leveza, com painéis de porta em fibra de carbono. O painel central adota um design digno de uma nave Klingon.