Sul de Minas se destaca com projeto mineral apoiado pelo governo francês
gazetadevarginhasi
há 3 horas
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A mineradora australiana Viridis Mining & Minerals anunciou neste domingo (9), já segunda-feira (10) na Austrália, que o Projeto Colossus, situado em Minas Gerais, foi considerado elegível para financiamento da Bpifrance Assurance Export, agência de crédito à exportação ligada ao governo francês. A decisão foi tornada pública por meio de fato relevante divulgado ao mercado.
Segundo a Viridis, o reconhecimento dado pela Bpifrance reforça o caráter estratégico do empreendimento para a cadeia ocidental de minerais críticos, considerados essenciais para setores como a indústria de alta tecnologia, mobilidade elétrica e transição energética. A agência atua como braço financeiro do Estado francês para apoiar projetos com relevância nacional ou geopolítica, oferecendo garantias, seguros e financiamento para iniciativas consideradas sensíveis para os interesses da França e seus aliados.
No caso brasileiro, o Projeto Colossus foi incluído no programa “Garantie de Prêt Stratégique” — ou Garantia de Empréstimo Estratégico, em tradução livre. A medida possibilita que o governo francês conceda garantia soberana parcial sobre financiamentos bancários, facilitando o acesso da empresa a capital para desenvolver o projeto. A próxima etapa do processo será a realização de uma due diligence, fase de análise técnica, financeira e jurídica conduzida pela própria Bpifrance antes da aprovação final do apoio financeiro.
O Projeto Colossus está localizado na região de Poços de Caldas e abriga reservas de argilas iônicas ricas em elementos como neodímio, praseodímio, térbio e disprósio, minerais fundamentais na fabricação de motores elétricos, turbinas eólicas e componentes eletrônicos.
O projeto já conta com apoio do BNDES, que firmou um acordo com a Viridis em julho de 2025 dentro de um programa de fomento a minerais estratégicos no Brasil. O pacote inclui linhas de crédito, incentivo à pesquisa e recursos para estruturação industrial.
Além do suporte financeiro, a empresa anunciou recentemente a construção de um centro de pesquisa e processamento de terras raras no parque industrial de Poços de Caldas, localizado a apenas sete quilômetros das concessões minerais da companhia. O diferencial do centro será operar sem o uso de tecnologia ou insumos chineses, o que fortalece o objetivo geopolítico do projeto de integrar cadeias produtivas ocidentais sem dependência da China, líder mundial nesse setor.
O centro servirá para a produção experimental de carbonato misto de terras raras, produto intermediário no processo de extração, e será utilizado também para as etapas de licenciamento e certificação ambiental. A Viridis pretende concluir a decisão final de investimento até o terceiro trimestre de 2026, iniciando em seguida a fase de construção do empreendimento.
