Aeroportos de Minas Gerais são vendidos por R$ 11,5 bilhões ao grupo mexicano Asur
gazetadevarginhasi
há 19 minutos
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A Motiva, anteriormente conhecida como Grupo CCR, anunciou nesta terça-feira (18) a venda de toda a sua operação no setor aeroportuário, marcando uma das maiores movimentações recentes do setor de infraestrutura no país. A operação inclui dois aeroportos estratégicos para Minas Gerais: o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, e o Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, o tradicional Pampulha, na capital.
O novo controlador será o grupo mexicano Asur (Grupo Aeroportuario del Sureste), responsável por importantes terminais internacionais, como o Aeroporto de Cancún — um dos mais movimentados do Caribe —, além de outros 15 aeroportos na América Latina. Com o negócio firmado no Brasil, a Asur passa a administrar 20 aeroportos no total, sendo 17 em território brasileiro e outros em países como Curaçao, Costa Rica e Equador, consolidando sua expansão no mercado latino-americano.
A transação foi avaliada em R$ 11,5 bilhões, dos quais R$ 5 bilhões correspondem à compra das participações acionárias e R$ 6,5 bilhões representam dívidas assumidas pela companhia mexicana. Apesar da mudança de controle, a Motiva ressaltou que todos os aeroportos seguirão operando normalmente. A empresa continuará à frente das operações até que os trâmites regulatórios e contratuais sejam concluídos, o que deve ocorrer até 2026.
A venda ainda depende de aprovação de órgãos como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A movimentação está alinhada à estratégia da Motiva de simplificar seu portfólio, concentrando investimentos nas áreas consideradas prioritárias pela companhia: rodovias e transporte sobre trilhos. Historicamente forte no setor de concessões rodoviárias, a empresa busca fortalecer sua atuação nos segmentos que considera mais estratégicos e rentáveis a longo prazo.
Em Minas Gerais, o Aeroporto Internacional de Confins foi concedido à iniciativa privada em 2014 e é administrado pela BH Airport — consórcio formado pela Motiva, pela suíça Flughafen Zürich AG e pela estatal Infraero. O contrato de concessão tem duração de 30 anos, com lance inicial de R$ 1,82 bilhão. O terminal passou por reformas, modernizações e expansão da malha aérea desde a privatização, tornando-se um dos centros mais importantes de conexões no país.
Já o Aeroporto da Pampulha, um dos principais equipamentos urbanos de Belo Horizonte, foi concedido à antiga CCR em 2021, também por 30 anos. A proposta vencedora incluiu um lance de R$ 34 milhões. O terminal tem papel relevante para aviação regional e executiva, além de ser um ponto estratégico para a capital mineira.
Com a venda anunciada, o grupo Asur assume a posição da Motiva no consórcio do BH Airport e passa a gerir integralmente o aeroporto da Pampulha.
A entrada da empresa mexicana representa sua consolidação no mercado aeroportuário brasileiro, especialmente em Minas Gerais, estado que agora se torna um dos principais focos da operação latino-americana da Asur.
A expectativa é de que, após a conclusão do processo, o grupo dê continuidade ou amplie investimentos nos terminais mineiros, fortalecendo a competitividade e a qualidade dos serviços prestados aos passageiros e às companhias aéreas.