Agentes do Bope recebem R$ 120 mil por apreensão de fuzis no Rio de Janeiro
gazetadevarginhasi
há 2 dias
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A elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), vai receber uma recompensa de R$ 120 mil pela apreensão de 24 fuzis em ações contra o crime organizado. O valor será dividido entre 26 agentes, que receberão pouco mais de R$ 4,6 mil cada.
A gratificação faz parte de um decreto estadual criado há quase dois anos, que prevê o pagamento de R$ 5 mil por cada fuzil retirado das mãos de criminosos, desde que a arma passe por perícia e seja comprovadamente funcional. Essa é a primeira vez que policiais do Bope são contemplados com o benefício.
As apreensões ocorreram ao longo de 2024. Os fuzis, armas de guerra com capacidade de atingir alvos a mais de três quilômetros, são frequentemente usados por traficantes em confrontos armados e disputas territoriais nas comunidades fluminenses.
Em números, a escalada na retirada de armamento das ruas é significativa. Em 2023, foram apreendidos 492 fuzis no estado; em 2024, esse número subiu para 638. Até maio de 2025, já foram retiradas 273 dessas armas de circulação.
Para o governador Cláudio Castro, a medida serve como incentivo direto ao trabalho dos policiais. “É uma forma de reconhecer quem ajuda a tirar o que talvez seja o maior mal das comunidades: os fuzis”, declarou.
Apesar do reconhecimento, especialistas apontam limitações. O antropólogo Lenin Pires, da UFF, acredita que o montante poderia ser melhor investido em equipamentos e inteligência policial, destacando que o número de armas apreendidas ainda é pequeno frente ao arsenal nas mãos de criminosos.
Já Paulo Storani, ex-capitão do Bope, defende a premiação, mas pede mudanças na legislação. Para ele, o uso de fuzis deveria agravar penas criminais. “Essa arma é feita para matar, não para defesa ou roubo, e precisa ser tratada com severidade máxima”, afirmou.
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