Anuário de Segurança Pública 2024 aponta explosão de golpes, feminicídios e violência juvenil no Brasil
gazetadevarginhasi
24 de jul.
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A 19ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicada nesta quinta-feira (24) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, trouxe dados alarmantes sobre a criminalidade no Brasil em 2024. Um dos destaques mais preocupantes é o avanço dos crimes de estelionato, com 2,2 milhões de casos registrados — o que representa quatro golpes por minuto no país. Desde 2018, o número cresceu espantosos 408%, sendo que o estado de São Paulo lidera com mais de 800 mil ocorrências. Grande parte dos crimes acontece nas redes sociais, mostrando o impacto do crime organizado no ambiente digital.
“Estamos diante de uma epidemia de fraudes e golpes, muitos praticados por redes do crime organizado e ainda fora do controle das autoridades”, afirmou Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum.
Além disso, o relatório também traz um alerta sobre a violência contra a mulher. Em 2024, o Brasil registrou 1.492 feminicídios, o maior número da série histórica. As tentativas de feminicídio cresceram 19%, e quase 20% das medidas protetivas concedidas foram descumpridas. Para Lima, os dados evidenciam que a casa e a família, tidas como lugares seguros, estão se tornando cenários recorrentes de violência.
A situação também é crítica no que diz respeito à violência contra crianças e adolescentes. As mortes intencionais na faixa etária de 0 a 17 anos subiram 3,7%, com destaque para o crescimento da letalidade policial entre adolescentes.
Por outro lado, houve uma queda de 5,4% nas Mortes Violentas Intencionais (MVIs), totalizando 44.127 registros em 2024. Contudo, o número de desaparecimentos aumentou 4,9%, levantando questionamentos sobre a real efetividade dessa queda na violência letal.
Entre as cidades mais violentas do país, o Nordeste aparece em destaque. Maranguape (CE), por exemplo, lidera o ranking com 79,9 mortes por 100 mil habitantes. A violência, segundo os especialistas, se concentra em áreas com disputa entre facções, exigindo políticas públicas mais regionalizadas e eficazes.
“Persistem bolsões de extrema violência no país, especialmente onde há disputa entre facções. As políticas públicas precisam se adaptar às realidades locais”, alertou Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum.
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