Atraso de navios amplia prejuízo de exportadores de café e trava receita bilionária

fonte: itatiaia

A chegada da nova safra de café escancarou a falta de capacidade da infraestrutura portuária brasileira. Em setembro, atrasos de navios e rolagens de cargas impediram o embarque de 939.494 sacas de café (cerca de 2.848 contêineres), segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Apenas com custos extras de armazenagem, pré-stacking e detentions, os prejuízos chegaram a R$ 8,991 milhões — o terceiro maior já registrado pelo levantamento.

Além do gasto adicional, o volume não exportado tirou do país a possibilidade de entrada de US$ 348,29 milhões, o equivalente a R$ 1,869 bilhão em receita cambial.

Diante do cenário, o setor pressiona por investimentos urgentes em infraestrutura e pela ampliação da capacidade operacional dos portos. O Cecafé reforça que a demora em resolver entraves burocráticos, como o leilão do terminal Tecon Santos 10, intensifica as perdas e compromete a competitividade do Brasil.

O diretor técnico da entidade, Eduardo Heron, alerta que é preciso destravar o processo:

“Enquanto houver restrições e morosidade, os prejuízos vão aumentar e o país continuará deixando de receber bilhões.”

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) também questiona a proposta da ANTAQ de limitar a participação de empresas no leilão, classificando a restrição como ilegal e contrária ao princípio da ampla concorrência.

Exportadores de outros setores — como açúcar, algodão e celulose — também se uniram ao pedido de um leilão sem barreiras para garantir mais eficiência logística e reduzir gargalos no Porto de Santos.