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Avó é presa suspeita de envenenar netas com bolo em São Francisco; criança de 9 anos morreu

  • gazetadevarginhasi
  • há 6 dias
  • 3 min de leitura


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A demora da avó em buscar ajuda médica após a neta, de 9 anos, passar mal ao comer um pedaço de bolo foi apontada pela Polícia Civil de Minas Gerais como um dos principais fatores que levantaram a suspeita de que ela teria envenenado o alimento. A informação foi divulgada em entrevista coletiva realizada nesta ultimasegunda-feira (22).
O mandado de prisão preventiva contra a mulher, de 59 anos, foi cumprido na última sexta-feira (19), em São Francisco, no Norte de Minas. A vítima, de apenas 9 anos, morreu no dia 23 de julho. O laudo pericial confirmou que tanto o bolo quanto o organismo da criança apresentavam a presença de terbufós, substância altamente tóxica utilizada em pesticidas e agrotóxicos.

O dia do crime
De acordo com a investigação, a avó estava sozinha em casa com as duas netas quando preparou o bolo, utilizando uma frigideira, e o ofereceu para as meninas. A criança mais nova não resistiu após ingerir o alimento, enquanto a mais velha, de 11 anos, sobreviveu porque consumiu apenas uma pequena quantidade, já que não gostou do sabor. Mesmo assim, ela apresentou sintomas mais leves de intoxicação.
Segundo o delegado responsável pelo caso, William Araújo, a sobrevivente ficou profundamente abalada emocionalmente e apresentou relatos que entraram em contradição com a versão da avó. Um dos pontos mais relevantes, segundo ele, foi a forma como a mulher reagiu quando percebeu que a neta já estava em estado crítico.
“A sobrevivente está com um abalo emocional muito grande. Ela contradiz em diversos aspectos a avó, em especial ao tratamento que a avó deu a uma situação tão trágica. A própria sobrevivente foi quem gritou pela avó [dizendo que a irmã estava morta], enquanto a avó estava tomando banho e arrumando o cabelo. Quando chegou, deparou com a criança numa situação que já evidenciava possível morte e apenas massageou a barriguinha da neta. Não é isso que se espera dentro de um contexto de normalidade. Aquela morosidade, aquele intervalo de tempo entre a verificação do estado debilitado da neta e o socorro efetivo chamou atenção e funcionou como um dos principais fatores que a levaram à condição de principal suspeita”, explicou.

Contradições no depoimento
No dia do ocorrido, a mulher declarou à polícia que ela própria e as netas haviam comido o bolo. Porém, ao longo das investigações, os relatos não se sustentaram. De acordo com o delegado, foi constatado que a avó serviu o alimento em dois pratos separados, oferecidos exclusivamente às crianças, e em seguida foi para o banheiro.
“A sobrevivente fala com muita clareza que apenas ela e a irmã consumiram o bolo. Em um segundo momento da investigação, nós conseguimos apurar que o pai das crianças [que não é investigado como suspeito] induziu a sobrevivente a afirmar, quando indagada, que todos consumiram o bolo, o que não procede”, acrescentou William Araújo.

Desconfiança da mãe
Outro ponto que chamou a atenção da polícia foi a mudança de postura da mãe das meninas ao longo do processo.
“No primeiro depoimento, ela disse que não acreditava que algum parente próximo poderia ter feito isso. Mas o contexto da investigação, em especial o comportamento da sobrevivente, despertou a atenção da mãe, que procurou a delegacia já com outra perspectiva”, relatou o delegado.
A Polícia Civil segue apurando o caso e investiga se houve participação de outras pessoas no crime, além de tentar identificar de que forma a substância tóxica foi adquirida. O inquérito deve ser concluído em até dez dias.

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Gazeta de Varginha

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