Coluna Fatos e Versões com Rodrigo Silva Fernandes 17/12/2025
- gazetadevarginhasi
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Fechando o ano
A Prefeitura de Varginha vai fechar o ano com o tradicional Réveillon da Paz 2026. O evento terá grande estrutura, com shows e queima de fogos, a atração principal será a dupla João Neto e Frederico. Boa parte dos ingressos será trocada por alimentos não perecíveis que o Executivo depois distribui para as entidades filantrópicas da cidade
Fechando o ano – 02
O caso da irregularidade na Secretaria de Obras ensejou o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI na Câmara de Varginha, o que não foi pra frente, mas mostrou que o controle do Executivo sobre o Legislativo não é absoluto. Alias, em 2026 com as eleições estaduais é certo que a relação Prefeitura x Câmara serão abaladas visto que teremos vereador candidato e muitos grupos políticos representados na Cãmara com candidato na cidade. No passado a atuação do Secretário de Governo Honorinho que tinha pulso firme (e até desgastes com membros do Legislativo) garantia uma lealdade/controle mais eficiente do que a relação atual. Talvez a pouca experiencia da maioria do Legislativo nesta legislatura torne o poder mais suscetível a abalos políticos, que serão mais frequentes em 2026. Aliás, no final do ano que vem terá eleição para o controle da mesa diretora da Câmara.
Falta energia, muitos ficam sem água
Nos últimos dias um problema conhecido da população de Varginha voltou a acontecer. Por conta das fortes chuvas que caíram na cidade a rede elétrica foi danificada e muitas regiões da cidade firam sem energia, o que desligou as bombas de água da Copasa que ficam em locais estratégicos da cidade para bombear água para as estações de tratamento e reservatórios locais. As interrupções de energia são por parte da Cemig, mas foi a Copasa que ficou “mal na história” porque o restabelecimento da água é mais demorado e até mais essencial que o restabelecimento da energia. Afinal, é mais fácil sair de casa sem assistir TV e com o celular descarregado do que sem tomar banho! O governo municipal já cobrou da Copasa que sejam adquiridos geradores para instalação nas principais estruturas de captação e bombeamento de água da Copasa, mas isso ainda não foi realizado. Enquanto isso, a Cemig “pisa na bola e a Copasa paga o pato”. Pois as equipes da Cemig rapidamente restabelecem a energia na cidade após as chuvas, as regiões mais distantes e rurais, onde ficam algumas das estruturas da Copasa, são as últimas a serem religadas, e o restabelecimento da água em toda cidade é lento. Parece que a proximidade e lealdade da Cemig e Copasa, tão vista e elogiada no comando das estatais na Capital, não acontece no interior de Minas, onde a Cemig vem colocando a Copasa em saia justa!
Reconquistando território
O MDB estadual realizou um café da manhã em sua sede de Belo Horizonte na manhã do dia 15/12 para apresentar novos filiados e sua estratégia para reconquistar espaço perdido na política mineira. O presidente estadual do partido, Newton Cardoso Junior apresentou novos filiados entre vereadores, prefeitos e lideranças politicas que serão candidatos a deputado em 2026, bem como o pré-candidato da legenda Gabriel Azevedo, que preside a Fundação Ulisses Guimaraes. Gabriel Azevedo é professor universitário e foi ex-presidente da Câmara de BH, agora se apresenta como pré-candidato a governador. Azevedo já vem visitando regiões do interior de Minas, conhecendo lideranças do MDB e colhendo dados do Estado para elaborar um plano de Governo para Minas. Gabriel Azevedo pretende visitar todas as regiões de Minas ainda antes do lançamento oficial da campanha, depois das convenções partidárias no primeiro semestre de 2026. Azevedo, até o momento, é candidato único da legenda.
Pedágio: Valor vai mais que dobrar na Fernão Dias em 2026
Após o leilão da Rodovia BR 381 Fernão Dias, os usuários devem se preparar para um aumento significativo nas tarifas de pedágio, que terão um reajuste de 125% com a entrada da nova concessionária. O valor atual em cada praça do pedágio na Fernão Dias é de R$ 3.00 (três reais), o novo valor, que passa a vigorar junto com a transferência da administração no início de janeiro, deve atingir R$ 6,77 por praça, um impacto direto no bolso dos milhares de motoristas que dependem diariamente dessa via para o transporte entre Minas Gerais e São Paulo. O valor foi calculado com base no novo edital de concessão, que estabeleceu a tarifa inicial de R$ 0,11 por quilômetro rodado. A concessionária vencedora, Motiva, ofereceu um desconto de 17,05% sobre esse valor durante o leilão, resultando em um preço final de R$ 0,095 por quilômetro. Ao multiplicar essa tarifa pela extensão total da rodovia, que é de 569 quilômetros, e dividir pelo número de oito praças de pedágio existentes ao longo do trajeto, chega-se à tarifa unitária anunciada de R$ 6,77. Este expressivo reajuste reflete a realidade dos novos contratos de concessão, que buscam equilibrar a necessidade de pesados investimentos em manutenção, ampliação e modernização da malha viária com a sustentabilidade financeira do projeto. A expectativa é que os recursos gerados sejam reinvestidos em melhorias urgentes para a rodovia, como duplicações de trechos ainda estreitos, recuperação do pavimento, incremento na segurança e implantação de sistemas tecnológicos de monitoramento e atendimento ao usuário. Diante do impacto financeiro, é fundamental que os órgãos de controle e a própria concessionária garantam total transparência na aplicação dos recursos e cumpram rigorosamente as metas contratuais de melhoria da infraestrutura. A sociedade, que arcará com o custo mais alto, deve acompanhar de perto a evolução dos serviços, assegurando que o aumento substancial no pedágio se traduza efetivamente em uma rodovia mais segura, moderna e com melhor fluidez para todos os usuários.
Cleiton Oliveira contra a Cemig
O deputado estadual Cleiton Oliveira retomou sua briga com a Cemig. O parlamentar foi autor da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou a estatal e nada de relevante encontrou. Agora Cleiton trava nova batalha por conta da geração solar em Minas, a maior do Brasil. É verdade que no Brasil a energia elétrica é altamente taxada pelo Governo Federal que é quem controla a tributação no setor. Todavia, a Cemig, é também uma das maiores pagadoras de impostos estaduais, isso porque os impostos estaduais sobre a energia também pesam no valor final da conta. Mas fato é que Cleiton Oliveira parece não ter concatenado bem e escolhido um problema objetivo e concreto para atacar a empresa, o que reflete as derrotas que tem levado até aqui. A ideia de lutar por uma estatal mais enxuta e eficiente, com mais investimentos e modernizações é algo bom, desejável e deveria ser mesmo alvo de todos os deputados estaduais. Mas isso passa pela dispensa de concursados pouco produtivos, pagamento por produtividade e não por Convenção Coletiva, e outras medidas que o próprio deputado Cleiton Oliveira é contra! Logo, vai ficar difícil o entendimento entre o parlamentar e a empresa. O parlamentar precisa ficar atento pois enquanto constrói brigas intermináveis com a estatal, muitos apoiadores saem de sua base para outros candidatos em 2026, inclusive em Varginha, onde o deputado não terá a mesma votação da última eleição.
Setor produtivo luta contra a redução de jornada por meio de canetada de Lula
Na semana passada entidades empresariais do Sul de Minas manifestaram-se formalmente contra a PEC 8/2025, que propõe a jornada 5x2 e a semana de 36 horas. Em ofício enviado a deputados, sindicatos e associações argumentaram que a mudança, embora bem-intencionada, traria graves impactos econômicos. No mesmo dia, a proposta foi aprovada pela CCJ do Senado e seguiu para votação em plenário, em um processo que ainda precisará retornar à Câmara. As entidades alertam que setores com operação contínua, como hotelaria, restaurantes, farmácias e comércio, seriam os mais prejudicados. Para manter a produtividade no novo modelo, seria necessário aumentar o quadro de funcionários em pelo menos 18%, elevando drasticamente os custos operacionais. Em um cenário de escassez de mão de obra qualificada, isso ameaçaria a sobrevivência de milhares de pequenas e médias empresas, que representam 90% do tecido empresarial nacional. Os riscos incluem fechamento de estabelecimentos, aumento do desemprego, crescimento da informalidade e aceleração da automação. Sem medidas compensatórias do governo, como desoneração da folha de pagamento, o custo extra seria repassado aos preços, onerando principalmente a população mais vulnerável. A transição também causaria desorganização logística em setores essenciais como saúde e transporte. Como alternativa, as entidades defendem uma abordagem gradual, negociada e setorial, com prazos longos e estudos piloto. Líderes de federações nacionais reforçam que a proposta, baseada em modelos europeus, ignora a realidade brasileira. O apelo é por um diálogo que equilibre qualidade de vida do trabalhador com a sustentabilidade das empresas, evitando medidas populistas que possam gerar desemprego e retração econômica.
Divisão
A proposta de criação da CPI na Câmara de Varginha para investigar as irregularidades encontradas pela Polícia Civil na Secretaria de Obras de Varginha vem dividindo os vereadores. Os 11 vereadores que não apoiaram a criação da CPI emitiram uma nota pública para falar sobre o assunto. Fato é que a pressão da oposição tem que ser sobre o Ministério Público e Polícia Civil, que estão com todas as provas das irregularidades. É preciso saber “a dimensão das irregularidades e até onde o conhecimento dos maus feitos chegava na hierarquia de poder municipal?”. A coluna não acredita em participação ou conhecimento das irregularidades por parte do prefeito Ciacci, isso é preciso ser dito! Mas é preciso que se tenha conhecimento do que ocorria na Secretaria de Obras, até mesmo para que o Governo vacine e melhore a atuação em todas as secretarias municipais. E apenas com o detalhamento das irregularidades por parte da Polícia Civil e Ministério Público é que a oposição da Câmara terá motivos para convencer os 11 vereadores para criarem ou não uma CPI, que aliás, pode ser criada a qualquer tempo! A pressão sobre os 11 vereadores neste momento é inútil, pois dos contrários a CPI, quem não é aliado do Governo é fraco demais para aguentar a pressão de um voto por CPI, o que seria duramente retaliado pela administração. Trocando em miúdos, a suposta CPI nem foi criada ainda, mas já vitimou a relação entre os vereadores de Varginha, e tem chance de vitimar integrantes do Executivo caso realmente saia do papel. Não duvido que a CPI volte a ser tema de debate no Legislativo no ano que vem, quando os ânimos (e candidatos) do governo e da oposição estarão em destaque. A conferir!




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