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Como traficante deixou o crime para virar professor e formar 70 mil alunos no RJ

Após ser apreendido pela polícia duas vezes, Wanderson se tornou professor de 70 mil pessoas. Evento falou sobre oportunidade para empreender.



Luciano Huck, Andréia Sadi e Wanderson no Rio Innovation Week — Foto: Agência Enquadrar/Divulgação


O apresentador Luciano Huck, uma das atrações mais esperadas do terceiro dia de Rio Innovation Week 2023, quebrou o protocolo do evento e convidou para subir ao palco o ex-traficante e atual professor Wanderson. Durante o painel, o rapaz contou como deixou o crime para participar da capacitação de mais de 70 mil pessoas, utilizando seu conhecimento de informática e tecnologia.
Junto com a jornalista Andrea Sadi, Huck se encantou com a história de superação e transformação de Wanderson, que em 2003 fazia parte do grupo criminoso que controlava a favela da Fazendinha, no Complexo da Maré, na Zona Norte. "Me amarro nele", disse o apresentador, enquanto o rapaz contava sua trajetória. Aos 16 anos, o então traficante já tinha passado uma temporada apreendido no Degase, instituição que recebe menores infratores. Wanderson contou que ao sair da unidade, foi promovido na estrutura do tráfico e virou responsável pela "embalação" das drogas na favela. Contudo, a vida de Wanderson mudou completamente quando, em sua segunda passagem pelo Degase, um dos agentes olhou pra ele com outros olhos e ofereceu a oportunidade dele aprender sobre informática. "Um dos vários agentes que encontrei no departamento entendeu que a minha habilidade de aprendizagem que eu tinha, que era muito rápida, era importante. (...) Nesse momento ele enxergou a possibilidade de transformação de vida", comentou o ex-traficante. "A partir do momento que alguém enxerga muito além da aparência, isso é fundamental na vida de quem precisa de um olhar. Isso vale para quem é líder de uma empresa, quando um líder olha pra alguém e enxerga potencial naquela pessoa, pode fazer dele um futuro líder também", analisou Wanderson. A partir daquele olhar, Wanderson passou a ensinar outros menores apreendidos como mexer no computador. O diretor da instituição apresentou ele para outras pessoas e em pouco tempo ele estava levando o conhecimento e sua forma de ensinar para milhares de jovens carentes do Brasil. Com os novos contatos, Wanderson foi chamado para coordenar um curso de capacitação de jovens com duração prevista para três meses. O trabalho envolvendo conhecimento de tecnologia durou 3 anos e formou mais de 3 mil jovens. Atualmente, um dos projetos do professor Wanderson já capacitou mais de 70 mil jovens em todas as regiões do Brasil. Huck se diz 'desesperado' com tecnologia na vida dos filhos
Huck, Sadi e Wanderson deram palestra para público no Rio Innovation Week — Foto: Agência Enquadrar/Divulgação
Durante a apresentação, a jornalista da GloboNews Andréia Sadi afirmou que estava curiosa para saber como Luciano Huck lidava com os desafios impostos pela tecnologia. O apresentador afirmou que está ansioso para saber o que vai acontecer no futuro com inteligência artificial. “Para quem está educando o filho, a tecnologia nos deixa desesperados. As crianças ficam enfiadas naquela tela o dia inteiro. Todo mundo que é pai e mãe sabe do que estou falando. A gente também acaba dependente disso. Você vai dormir e abre a tela, acorda e abre a tela. A gente está experimentando uma geração muito conectada. Isso gera oportunidades e preocupações”, disse Luciano Huck.
“O que está prestes a acontecer com a inteligência artificial é algo que a gente nunca viu e não sabe como vai ser. A gente tem que estar preparado para mudanças enormes que estão por vir”, completou o apresentador.

FONTE: G1 RIO

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