Consumo em supermercados cai 50%, mas registra alta de 3,84% em 2023 em Minas
6 de mar.
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O consumo nos supermercados de Minas Gerais apresentou uma retração em 2024, mas o setor ainda encerrou o ano com crescimento. Segundo balanço da Associação Mineira de Supermercados (Amis), houve uma alta de 3,84%, embora o desempenho tenha sido inferior ao de 2023, quando a expansão foi de 6,35%.
Apesar do ritmo mais lento, o resultado superou as expectativas do setor. De acordo com o presidente-executivo da Amis, Antônio Claret Nametala, a projeção inicial apontava para um crescimento de 3%, mas o desempenho foi impulsionado pelo aumento da movimentação nas lojas no final do ano. Entre os fatores que afetaram o consumo estão a alta da Selic, o encarecimento do dólar e dificuldades na contratação de funcionários.
“As oscilações de preços, provocadas principalmente por fatores climáticos, impactaram diretamente a demanda. É importante ressaltar que os supermercados enfrentam desafios para negociar e absorver esses aumentos, assim como o consumidor final”, explicou Claret.
O presidente da Amis também destacou que o setor tem participado das discussões nacionais com o governo federal para buscar soluções que reduzam os preços dos alimentos. Além das variações climáticas, a sazonalidade tem influenciado no valor dos produtos. “Os custos operacionais dos supermercados estão cada vez mais altos, sem margem para reajustes. Muitas redes têm reduzido seus ganhos para evitar repassar os aumentos ao consumidor. A Abras está conduzindo esse diálogo com o governo para tentar estabilizar os preços”, acrescentou.
Entre os principais custos do setor estão mão de obra e energia elétrica, além do transporte de mercadorias, impactado pelo aumento do preço do diesel. “O diesel é essencial para a logística e afeta toda a cadeia produtiva, impactando não só os supermercados, mas todo o mercado”, completou Claret. Com a alta de preços, os consumidores mudaram hábitos, optando por marcas alternativas sem, no entanto, abandonar produtos tradicionalmente mais caros, como azeite, café e carnes.
O levantamento da Amis apontou que as regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba lideraram o crescimento no consumo em 2024, com um aumento de 4,54%. Na sequência, aparecem Sul de Minas (4,18%), Zona da Mata (4,05%) e a região Central (4,02%).
Final de ano impulsiona resultado
O crescimento acima da projeção inicial foi influenciado pelo movimento intenso nas lojas no fim do ano. Entre novembro e dezembro, o consumo avançou 15,17%, consolidando o desempenho positivo do setor. Tradicionalmente, o aumento no período ultrapassa os 20%, segundo a Amis.
“Observamos uma antecipação das compras de dezembro para novembro. Ainda não podemos afirmar que essa mudança será uma tendência para os próximos anos, mas é um comportamento que merece atenção”, avaliou Claret.
Em 2024, o setor supermercadista mineiro registrou a inauguração de 88 novas lojas, gerando 8.116 empregos e alcançando um faturamento total de R$ 124,71 bilhões.
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