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Crise financeira leva Correios a reduzir unidades e revisar benefícios

  • gazetadevarginhasi
  • há 3 horas
  • 3 min de leitura
Crise financeira leva Correios a reduzir unidades e revisar benefícios
Divulgação
Correios anunciam plano de reestruturação com fechamento de agências e cortes para reduzir déficits.

Com o objetivo de enfrentar os déficits acumulados desde 2022, os Correios anunciaram, nesta segunda-feira (29), um amplo plano de reestruturação que prevê o fechamento de cerca de 16% das agências próprias da estatal em todo o país. A medida representa o encerramento de aproximadamente mil unidades, das cerca de 6 mil atualmente mantidas pela empresa.

De acordo com a direção da estatal, o fechamento das agências pode gerar uma economia estimada em R$ 2,1 bilhões. Considerando também os pontos de atendimento operados por meio de parcerias, os Correios contam hoje com cerca de 10 mil unidades prestando serviços no Brasil. O presidente da empresa, Emmanoel Rondon, afirmou que a reestruturação será conduzida sem comprometer o princípio da universalização do serviço postal.

“A gente vai fazer a ponderação entre resultado [financeiro das agências] e o cumprimento da universalização para a gente não ferir a universalização ao fecharmos pontos de venda da empresa”, afirmou Rondon, durante coletiva de imprensa em Brasília (DF).

Demissão voluntária e corte de despesas
O plano de reestruturação também prevê a redução de despesas da ordem de R$ 5 bilhões até 2028. Entre as medidas estão a venda de imóveis e a implementação de dois Programas de Demissão Voluntária (PDVs), com a expectativa de reduzir o quadro de funcionários em até 15 mil trabalhadores até 2027.

“A gente tem 90% das despesas com perfil de despesa fixa. Isso gera uma rigidez para a gente fazer alguma correção de rota quando a dinâmica de mercado assim exige”, explicou o presidente da estatal.

Segundo a direção dos Correios, o plano era esperado diante dos resultados negativos acumulados desde 2022, com um déficit estrutural anual estimado em R$ 4 bilhões, atribuído principalmente ao cumprimento da obrigação de universalização dos serviços postais.

Em 2025, a empresa registra um saldo negativo de R$ 6 bilhões nos nove primeiros meses do ano e um patrimônio líquido negativo de R$ 10,4 bilhões.

Empréstimo e possível abertura de capital
Para reforçar o caixa, os Correios informaram que contrataram um empréstimo de R$ 12 bilhões junto a bancos, assinado na última sexta-feira (26). Ainda assim, a estatal estima a necessidade de captar outros R$ 8 bilhões para equilibrar as contas em 2026.

A partir de 2027, a companhia também avalia mudanças em sua estrutura societária. Atualmente 100% pública, a empresa estuda a possibilidade de abertura de capital, tornando-se, por exemplo, uma companhia de economia mista, nos moldes da Petrobras e do Banco do Brasil.

Benefícios e venda de imóveis
O plano prevê ainda a revisão dos planos de saúde e de previdência dos empregados, com redução dos aportes financeiros feitos pela estatal. Segundo Emmanoel Rondon, o atual modelo de assistência à saúde é financeiramente insustentável.

“O plano [de saúde] tem que ser completamente revisto e a gente tem que mudar a lógica dele porque hoje ele onera bastante. Ele tem uma cobertura boa para o empregado, mas, ao mesmo tempo, financeiramente insustentável para a empresa”, justificou.

Com os PDVs e a revisão de benefícios, os Correios estimam uma redução anual de R$ 2,1 bilhões nas despesas com pessoal. A venda de imóveis deve gerar ainda R$ 1,5 bilhão em receitas.

“Esse plano vai além da recuperação financeira. Ele reafirma os Correios como um ativo estratégico do Estado brasileiro, essencial para integrar o território nacional, garantir acesso igualitário a serviços logísticos e assegurar eficiência operacional em cada região do país, especialmente onde ninguém mais chega”, concluiu o presidente.

Crise no setor postal
A estatal enfrenta uma crise financeira que, segundo a direção, se arrasta desde 2016, impulsionada pela digitalização das comunicações, que reduziu significativamente o envio de cartas, principal fonte de receita histórica da empresa. A entrada de novos concorrentes no comércio eletrônico também é apontada como fator de pressão sobre as finanças.

“É uma dinâmica de mercado que aconteceu no mundo inteiro e algumas empresas de correios conseguiram se adaptar. Várias dessas empresas ainda registram prejuízos”, comparou Rondon, citando o United States Postal Service (USPS), dos Estados Unidos, que também anunciou recentemente medidas para enfrentar déficits bilionários.
Fonte: AgBrasil

Gazeta de Varginha

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