Defesa de Braga Netto rebate denúncia da PGR e chama acusações de 'fantasiosas'
gazetadevarginhasi
19 de fev.
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Defesa de Braga Netto classifica denúncia da PGR como ‘fantasiosa’ e sem provas concretas.
A defesa do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, contestou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), classificando-a como "fantasiosa" e sem base concreta. Segundo o advogado José Luis Oliveira Lima, o documento não aponta crimes específicos cometidos por Braga Netto e se sustenta exclusivamente na delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
"A denúncia não descreve de que forma, como, quando, quais foram os atos criminosos praticados pelo meu cliente", afirmou Oliveira Lima em entrevista à CNN Brasil. "Ela não diz isso porque não ocorreu. Essa denúncia fantasiosa não irá manchar a reputação de um homem com mais de 42 anos de serviço ao Exército brasileiro."
A denúncia da PGR, assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet, acusa Braga Netto e Bolsonaro de liderarem uma organização criminosa com o objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Críticas à condução do processo
O advogado de Braga Netto também criticou a condução da investigação e alegou que seu cliente não teve assegurado o direito de defesa.
"Pedimos para que ele prestasse esclarecimentos, para responder a todas as perguntas que fossem feitas. Mas o que fizeram a Polícia Federal e a PGR? Ignoraram. Optaram por apresentar uma denúncia sem sustentação", declarou Oliveira Lima.
A defesa também apontou dificuldades de acesso aos autos do processo, ressaltando que apenas 60 dias após a prisão de Braga Netto os advogados puderam consultar integralmente as informações. Além disso, Oliveira Lima questionou a credibilidade da delação premiada de Mauro Cid. "Nada do que ele diz é verdade. Ele mente descaradamente", acusou.
Nesta quarta-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo da colaboração de Cid, permitindo maior transparência sobre as informações apresentadas pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Próximos passos no STF
A PGR denunciou 34 pessoas por tentativa de golpe de Estado em 2022, com penas que podem chegar a 43 anos de prisão. Entre os denunciados estão Braga Netto, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ministro do GSI Augusto Heleno, o ex-assessor presidencial Filipe Martins e Mauro Cid.
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A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), composta por cinco ministros, será responsável por decidir se aceita a denúncia, tornando os acusados réus. Caso isso ocorra, novas audiências serão realizadas antes do julgamento. Existe ainda a possibilidade de que um dos ministros peça destaque, levando a análise do caso ao plenário do STF.
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