Deputada denuncia Zema por possível campanha antecipada em favor de vice-governador

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A deputada estadual Lohanna França (PV) denunciou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ao Ministério Público Eleitoral por possível abuso de poder político. Segundo a parlamentar, o chefe do Executivo mineiro teria realizado campanha eleitoral antecipada ao sugerir que seu vice, Mateus Simões (Novo), seja seu sucessor na gestão estadual.

A declaração de Zema ocorreu na última quinta-feira (20), durante um evento com prefeitos mineiros. Na ocasião, o governador anunciou a liberação de R$ 400 milhões em linhas de crédito do Banco de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (BDMG) para os municípios e, em seguida, comparou sua administração com a do ex-governador Fernando Pimentel (PT). Em seu discurso, ele defendeu a continuidade do atual governo e reforçou sua preferência por Simões.

"Fica muito claro que trabalho sério, disciplina e método produzem resultado. Em milagre eu não acredito. Para que isso continue, tenho falado sempre que precisamos de uma sucessão bem definida, e o meu braço direito tem sido o professor Mateus (vice-governador), que, eu espero, possa me suceder. O futuro a Deus pertence, mas tudo que é possível nós temos feito aqui, na nossa gestão", afirmou Zema no evento.

Acusação de uso da máquina pública

Para Lohanna França, a declaração do governador, feita durante um evento oficial e acompanhada do anúncio de recursos, pode ser interpretada como campanha eleitoral antecipada, além de possível uso indevido da máquina pública. A legislação eleitoral veda a utilização de recursos públicos para promover candidatos antes do período permitido para campanhas.

"Zema está claramente utilizando sua posição para influenciar o processo eleitoral antes mesmo do início oficial das campanhas. Isso é um desrespeito à democracia e pode configurar abuso de poder político", afirmou a deputada por meio de sua assessoria.

No documento protocolado junto ao Ministério Público Eleitoral, Lohanna ressalta que Mateus Simões já se colocou publicamente como pré-candidato ao governo de Minas desde outubro do ano passado. A parlamentar argumenta que Zema extrapolou suas funções como gestor público ao sugerir que o vice-governador seria o nome ideal para a sucessão estadual.

"O governador, na situação em comento, ultrapassou as atribuições de sua função de gestor público, ferindo o princípio da impessoalidade. Manifestou verdadeira intenção eleitoreira ao exaltar sua gestão e sugerir que seu vice, Mateus Simões, fosse a opção para uma 'sucessão bem definida'. Dessa forma, abusou de sua condição de agente político para angariar votos dos presentes no evento", destaca a denúncia.

A deputada solicita a apuração dos fatos e pede que o Ministério Público Eleitoral adote medidas para "coibir e punir eventuais ilícitos administrativos e eleitorais".

A reportagem entrou em contato com o Governo de Minas para um posicionamento e aguarda retorno. O espaço segue aberto.

Fonte:O tempo