Empresário suspeito de matar gari em BH diz em carta que tiro foi “acidente”
gazetadevarginhasi
27 de ago.
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O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, preso pelo assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, afirmou em carta enviada ao antigo advogado que o crime teria sido um “acidente”.
O documento foi entregue nesta segunda-feira (26) ao advogado Dracon Luiz Cavalcante Lima, que defendia o suspeito até a semana passada. No texto, Renê pediu que Dracon e o novo advogado, Bruno Silva Rodrigues, do Rio de Janeiro, participem de sua defesa.
A forma como ele se refere ao caso chamou atenção dos investigadores. Na carta, escreveu: “O que aconteceu foi um acidente com a vítima.”
Renê está preso desde o dia 11 de agosto e foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e ameaça. No primeiro depoimento, negou o crime e disse estar sob efeito de medicamentos controlados. Chegou a apresentar um álibi com horários incompatíveis com a cena do crime.
Imagens de câmeras de segurança, no entanto, flagraram o momento em que o empresário atirou contra Laudemir e guardou a arma em seguida. Testemunhas confirmaram que ele deixou o local calmamente após o disparo.
Segundo a investigação, a arma usada era particular e registrada em nome da esposa de Renê, a delegada da Polícia Civil Ana Paula Balbino Nogueira, que alegou desconhecer o uso indevido. Exames de microbalística confirmaram a compatibilidade entre a arma dela e os projéteis encontrados. A Corregedoria da Polícia Civil apura a conduta da delegada.
O crime ocorreu após uma discussão de trânsito, quando o caminhão de coleta de lixo deu passagem ao carro do empresário. Testemunhas relataram que Renê se exaltou, ameaçou os garis e, ao descer do carro, disparou contra Laudemir, que morreu no local.
Colegas afirmaram que Renê agiu com frieza: “Assim que atirou, entrou no carro como se nada tivesse acontecido e foi embora”, contou o gari Tiago Rodrigues. O suspeito foi localizado por meio de câmeras e do depoimento de testemunhas que memorizaram parte da placa de seu veículo.
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