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Empresários do setor de alimentação alertam para uso indiscriminado de atestados médicos em Varginha

  • gazetadevarginhasi
  • há 7 horas
  • 3 min de leitura
Empresários do setor de alimentação alertam para uso indiscriminado de atestados médicos em Varginha
Divulgação
Volume de atestados médicos impacta bares e restaurantes e gera desconfiança entre empresários.

A entrega recorrente de atestados médicos tem se consolidado como um dos principais desafios da gestão de pessoas no setor de alimentação fora do lar. Além de comprometer a operação dos estabelecimentos, o cenário tem aumentado a desconfiança dos empresários quanto à procedência e à regularidade dos documentos apresentados pelos funcionários.

Dados de pesquisa recente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) apontam que 29% dos estabelecimentos recebem ao menos um ou dois atestados médicos por semana. Em parte dos negócios, esse número é ainda mais elevado. Embora 63% dos afastamentos sejam de curta duração, geralmente de até dois dias, o volume constante de ausências não programadas tem gerado insegurança e dificuldades operacionais.

Em Varginha, o presidente da Abrasel no Sul de Minas, do Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação de Varginha (SEHAV) e da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços de Varginha (ACIV), André Yuki, manifestou preocupação ao prefeito Leonardo Ciacci, em reunião realizada no dia 26 de novembro, sobre o uso indiscriminado de atestados médicos para justificar faltas ao trabalho.

“Além de comprometer a produtividade das empresas, essa prática tem sobrecarregado as unidades de saúde e dificultado o atendimento de quem realmente precisa. Existem exemplos claros de cidades como Passos (MG), Chapecó (SC) e Cuiabá (MT), que modernizaram a emissão de atestados por meio de legislação específica, com resultados positivos na redução da emissão desnecessária e no desafogamento do sistema de saúde”, destacou André Yuki.

Segundo ele, o prefeito Leonardo Ciacci se comprometeu a analisar a proposta em conjunto com o vice-prefeito e secretário municipal de Saúde interino, Antônio Silva, e com a diretora da UPA de Varginha, Pâmela Pereira Cândido.

“Não são apenas empresários do setor de alimentação que relatam esse problema. Representantes do varejo e da indústria também têm me procurado. Isso demonstra que a preocupação é ampla e afeta diferentes segmentos da economia local. Aguardamos com expectativa um retorno positivo, pois acreditamos que a medida trará benefícios tanto para os profissionais de saúde quanto para a comunidade”, reforçou.

Clima de suspeita preocupa empresários
O levantamento da Abrasel revela que 82% dos empresários afirmam já ter desconfiado da procedência de atestados médicos apresentados por funcionários. O cenário é agravado pelas características do setor, que enfrenta alta rotatividade, jornadas intensas e dificuldade de reposição imediata de mão de obra, o que potencializa os efeitos de ausências inesperadas.

De acordo com a pesquisa, 94% dos empresários relataram que a entrega recorrente de atestados compromete diretamente a operação dos negócios, seja pela sobrecarga das equipes, seja pela dificuldade de remanejamento em horários críticos.

Para lidar com situações consideradas atípicas, 59% dos empresários afirmam verificar informações do documento, como o registro do profissional no Conselho Regional de Medicina (CRM), enquanto 31% buscam confirmação junto à unidade de saúde emissora. Quando há comprovação de irregularidade, 43% recorrem à demissão por justa causa e 27% optam por advertências formais por escrito.

Debate sobre validação de atestados
O tema ganhou ainda mais repercussão após a circulação de informações sobre a suposta obrigatoriedade, a partir de 2026, de aceitação exclusiva de atestados emitidos por plataforma digital do Conselho Federal de Medicina (CFM), o que não procede. A plataforma, atualmente suspensa por decisão judicial, tinha como objetivo padronizar a emissão, sem impor exclusividade.

Alguns municípios têm adotado medidas alternativas. Em Uberlândia (MG), a prefeitura restringiu a emissão de atestados na rede municipal a casos moderados ou graves, buscando ordenar o fluxo de atendimentos. Já em Foz do Iguaçu (PR), uma campanha foi lançada para organizar a emissão de atestados nas UPAs, após a constatação de que a negativa do documento é uma das principais causas de agressões a médicos.

Para o presidente executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, essas iniciativas indicam um caminho equilibrado. “São medidas que enfrentam o problema na origem, organizam o sistema e reduzem situações de dúvida, sem comprometer o acesso da população aos serviços de saúde”, avalia.
Fonte: Informaçoes Ana LuizaAlves

Gazeta de Varginha

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