Endividamento no agronegócio mineiro acende sinal vermelho na ALMG
gazetadevarginhasi
há 3 horas
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O crescente endividamento de produtores rurais e empresas do setor agropecuário em Minas Gerais foi tema de uma audiência pública realizada nesta segunda-feira (10/11), às 15h, no Auditório SE da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A iniciativa foi proposta pelos deputados Antonio Carlos Arantes (PL) e Raul Belém (Cidadania), presidente da Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Casa.
De acordo com os parlamentares, a situação atingiu um nível preocupante. A crise financeira do setor ameaça a viabilidade de milhares de produtores e impacta diretamente a segurança alimentar, a economia de várias regiões e a arrecadação do estado. A reunião debateu medidas práticas para garantir a sobrevivência do setor e buscou propor soluções viáveis diante do cenário atual.
O problema, no entanto, não é exclusivo de Minas. Mesmo com previsão de safra recorde de grãos para 2025/2026, a rentabilidade dos produtores vem caindo. Dados recentes apontam para um aumento expressivo nos pedidos de recuperação judicial no setor rural: foram 2.273 solicitações em 2024, um salto de 61,8% em relação a 2023. Apenas nos dois primeiros trimestres de 2025, já haviam sido registrados 565 novos pedidos, revelando a gravidade da crise. Minas tem um caso emblemático que ajuda a dimensionar o problema: o Grupo Patense, sediado em Patos de Minas, entrou com recuperação judicial em fevereiro de 2025, acumulando uma dívida superior a R$ 2 bilhões. A empresa é a segunda maior do agronegócio nacional em volume de débitos, atrás apenas da Agrogalaxy, de Goiás, que soma quase R$ 5 bilhões.
Apesar do cenário de dificuldades, o agronegócio mineiro ainda apresentou crescimento. Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor teve um aumento nominal de R$ 20,5 bilhões em relação ao ano anterior, alcançando R$ 235 bilhões.
Especialistas apontam como causas da crise o alto custo dos insumos dolarizados, o aumento da taxa Selic, que encareceu os financiamentos, e a dificuldade de acesso a crédito. Segundo o advogado Ermiro Ferreira Neto, o momento exige medidas de alívio financeiro para os produtores que estão à beira da insolvência.