Sua advogada, Izabella Hernandez Borges, esclareceu que a depoente nĂŁo aceitaria compromisso de dizer a verdade por figurar como investigada, especialmente diante de um pedido de prisĂŁo preventiva.
Investigação aponta movimentação milionåria
Segundo o relator da CPMI, Alfredo Gaspar (União-AL), Thaisa teria movimentado pelo menos R$ 18 milhÔes oriundos do esquema. Grande parte dos recursos foi paga pelo lobista AntÎnio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, que teria movimentado R$ 2 bilhÔes nas fraudes.
As fraudes envolviam a falsificação de autorizaçÔes de idosos para que se tornassem mensalistas de serviços prestados por associaçÔes e sindicatos. Os acordos com o INSS eram utilizados irregularmente para descontar mensalidades automaticamente das aposentadorias e pensÔes.
âĂ uma pena que a senhora saia desta CPMI como lavadora de dinheiro dos aposentados e pensionistas. A senhora perdeu uma grande oportunidade de mostrar que nĂŁo recebeu propina para o seu maridoâ, afirmou o relator.
O relator citou reportagens que apontam que Thaisa e o marido negociaram um imĂłvel de R$ 28 milhĂ”es em Santa Catarina. VirgĂlio teria adquirido ainda um Porsche e outros veĂculos de luxo apĂłs a deflagração da Operação Sem Desconto, em abril de 2025, valores considerados incompatĂveis com a remuneração do cargo pĂșblico que ocupava.
O presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos-MG), avaliou que a depoente foi bem instruĂda pela defesa, mas destacou que os fatos jĂĄ indicam a gravidade da situação.
PrĂłximo depoimento
Na tarde desta quinta-feira, serĂĄ ouvido VirgĂlio Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS, afastado do cargo por decisĂŁo judicial em abril. As investigaçÔes indicam que ele teria recebido R$ 11,9 milhĂ”es de empresas ligadas a associaçÔes investigadas por descontos irregulares em benefĂcios previdenciĂĄrios.