Estudo aponta que instabilidade familiar afeta saúde mental e física de crianças
gazetadevarginhasi
14 de ago.
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Uma nova pesquisa realizada pelas universidades da Geórgia e Columbia revela que crescer em um ambiente familiar instável pode ter consequências profundas e duradouras na saúde mental e física das crianças. Os impactos se estendem até a adolescência e o início da vida adulta, incluindo maior risco de depressão, ansiedade, obesidade e comportamentos delinquentes.
O estudo analisou dados do “Estudo sobre o Futuro das Famílias e o Bem-Estar Infantil”, acompanhando mais de 4.800 crianças desde o nascimento até os 15 anos de idade. Os pesquisadores identificaram que a instabilidade familiar — caracterizada por comportamentos impulsivos dos pais, troca frequente de parceiros, ausência de rotina e clima doméstico caótico — está associada ao aumento de problemas emocionais, dificuldades comportamentais e maior índice de massa corporal.
Segundo Kalsea Koss, autora do estudo e professora da Universidade da Geórgia, oferecer uma rotina previsível ajuda as crianças a se regularem emocionalmente. Embora pequenas mudanças sejam normais, a constante imprevisibilidade pode gerar estresse crônico e prejudicar o desenvolvimento da criança.
A pesquisa também destaca que fatores externos, como baixa renda familiar e mudanças constantes de endereço, contribuem para o cenário. Mais de um terço das famílias participantes vivia abaixo da linha da pobreza, o que frequentemente as expunha a ambientes inseguros.
Apesar de não ser equiparada a formas severas de adversidade, como maus-tratos, a instabilidade doméstica mostrou efeitos semelhantes no bem-estar infantil. O estudo propõe ampliar a compreensão do que constitui adversidade na infância, considerando o ambiente doméstico um fator crucial para o desenvolvimento saudável.
A pesquisa teve apoio do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano e destaca a importância de promover ambientes mais previsíveis e estáveis para o crescimento saudável das crianças.
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