Estudo identifica 34 laboratórios de refino de cocaína em Minas Gerais

fonte: estado de minas

Levantamento divulgado nesta quinta-feira (30) aponta que Minas Gerais ocupa o quarto lugar no país em número de pontos de refino de cocaína, com 34 laboratórios identificados entre 2019 e julho de 2025. O estudo “Floresta em Pó”, conduzido pela Iniciativa Negra por Uma Nova Política de Drogas e pela Drug Policy Reform & Environmental Justice International Coalition, estima que o refino e a comercialização da droga tenham movimentado cerca de R$ 30 bilhões no Brasil apenas em 2024.

Minas fica atrás apenas de Goiás, Amazonas e São Paulo. Dos 34 locais mapeados no estado, oito foram classificados como de grande ou muito grande porte. Esses espaços são usados tanto para o refino — transformação da pasta base em cocaína em pó — quanto para a chamada “engorda”, processo em que a droga é misturada a outras substâncias para aumentar o volume de venda.

Segundo o pesquisador Daniel Edler, do Instituto Fogo Cruzado e da UERJ, duas grandes rotas de entrada da droga no país foram identificadas: a do Solimões, na Região Norte, e a “Rota Caipira”, que passa pela Bolívia e pelo Paraguai e segue por Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Daqui, a cocaína é distribuída para o Nordeste ou levada ao Rio de Janeiro.

O levantamento também indica que a atividade de refino tem papel central na lavagem de dinheiro e no financiamento de crimes ambientais e econômicos, como garimpo e extração ilegal de madeira. O Comando Vermelho e o PCC são apontados como as principais facções envolvidas na operação e distribuição da droga no país.