EUA e El Salvador fecham acordo para recebimento de criminosos
5 de fev.
Reprodução
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou na segunda-feira (3/2) que o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, fez uma proposta inusitada: oferecer às autoridades dos Estados Unidos a opção de transferir para suas prisões tanto criminosos com cidadania americana quanto migrantes ilegais "perigosos". Segundo Rubio, Bukele estaria disposto a receber "criminosos" de El Salvador e de outros países, com foco em gangues como a MS-13 e o Trem de Aragua.
Bukele, por sua vez, detalhou sua oferta nas redes sociais, destacando que sua proposta envolvia apenas criminosos condenados, que seriam detidos no Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), especializado no encarceramento de membros de gangues.
O presidente de El Salvador sugeriu que a entrada desses presos se daria em troca de uma "tarifa" a ser paga pelos Estados Unidos, o que ajudaria a financiar o sistema penitenciário salvadorenho.
Essa proposta é inédita e não tem precedentes no mundo democrático, com a ideia de enviar cidadãos de outro país para prisões estrangeiras. Bukele afirmou que o valor da tarifa seria acessível para os EUA, mas considerável para El Salvador, permitindo a manutenção do sistema penitenciário local.
El Salvador ganhou notoriedade pela política agressiva de combate às gangues, que resultou em uma série de detenções em massa, muitas vezes sem ordem judicial. Embora essa estratégia tenha reduzido os homicídios no país, também gerou críticas por violações dos direitos humanos. O Cecot, inaugurado há dois anos, é considerado o maior centro de detenção da América Latina e abriga atualmente cerca de 15 mil membros de gangues, apesar de sua capacidade para 40 mil detentos.
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