Facções criminosas elevam criminalidade em Minas Gerais e já operam com força em Belo Horizonte
gazetadevarginhasi
31 de out.
2 min de leitura
Reprodução
Ao menos 35 organizações, quadrilhas ou bandos ligados ao tráfico de drogas estão sendo monitorados em Minas Gerais, segundo informações da Polícia Civil. A atuação dessas facções está diretamente relacionada ao aumento dos índices de criminalidade em diversas regiões do estado.
A capital, Belo Horizonte, já abriga a atuação de três grandes facções nacionais: o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP), ambos oriundos do Rio de Janeiro, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), originado em São Paulo. Esses grupos, que começaram a atuar em Minas por volta de 2010, intensificaram significativamente sua presença nos últimos cinco anos.
Essa movimentação das facções em Minas ocorre em paralelo a ações em outros estados. Nesta terça-feira (29), uma operação policial contra o CV no Rio de Janeiro se tornou a mais letal da história do estado fluminense, com mais de 120 mortes confirmadas nos complexos da Penha e do Alemão até esta quarta-feira.
Em Minas, o impacto dessa presença criminosa é evidente.
O número de presos ligados a facções saltou de 1.900 em 2019 para 2.950 apenas no primeiro semestre de 2025, conforme dados da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de MG (ALMG).
As ocorrências de tráfico de drogas também explodiram: de janeiro a setembro de 2025, o estado registrou 30.521 ocorrências, contra 20.421 no mesmo período de 2024 — um aumento de cerca de 50%. Em Belo Horizonte, o crescimento foi ainda mais expressivo: os registros passaram de 2.900 para 4.606, o que representa um salto de quase 60%, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
O delegado Rodrigo Bustamante, chefe do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico, explica que facções locais têm se aliado a grupos maiores para obter armamentos mais potentes e acesso a rotas de tráfico. Para ele, a repressão precisa ir além das prisões e apreensões de drogas e armas.
“O desafio é não só prender, retirar drogas e armas, mas também asfixiar financeiramente essas organizações. Se conseguimos apreender bens, sequestrar imóveis e bloquear valores, enfraquecemos de fato a estrutura do crime”, afirma o delegado.
A situação exige estratégias integradas e contínuas para conter o avanço dessas facções e garantir segurança à população mineira.
Comentários