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Feminicídio em Minas: estado teve 139 mortes de mulheres em 2025 até outubro

  • gazetadevarginhasi
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

Reprodução
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Minas Gerais encerrou os dez primeiros meses de 2025 com uma média alarmante de um feminicídio a cada dois dias. Os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) apontam que, entre 1º de janeiro e 31 de outubro — período que compreende 305 dias —, foram registrados 139 feminicídios consumados em território mineiro. No mesmo intervalo, houve também 156 tentativas de assassinato contra mulheres motivadas por violência de gênero.
Os números, que refletem um cenário crescente de agressões fatais contra mulheres, acenderam o alerta de movimentos sociais e da população. No domingo (7), manifestações contra o feminicídio ocorreram em várias cidades do país, incluindo a capital mineira, Belo Horizonte, onde centenas de pessoas saíram às ruas com faixas, cartazes e gritos por justiça e políticas públicas mais eficazes. Na mesma data, um novo caso chocou a cidade: uma mulher foi esfaqueada pelo ex-companheiro, em plena luz do dia, em mais um episódio de violência doméstica.
Na capital, foram 14 feminicídios consumados e 22 tentativas até o fim de outubro. O número já supera o total de mortes registrado em 2024, quando Belo Horizonte contabilizou 13 feminicídios e 35 tentativas ao longo de todo o ano.
Em âmbito estadual, o comparativo também preocupa. Em 2024, Minas teve 168 feminicídios e 248 tentativas de assassinato. A projeção para 2025 indica uma possível manutenção ou até crescimento dos casos, caso medidas mais efetivas de proteção e prevenção não sejam adotadas com urgência.
Especialistas apontam que os números subestimam a verdadeira dimensão do problema, já que nem todas as tentativas de feminicídio são registradas corretamente ou reconhecidas juridicamente como crime de gênero. A subnotificação e o medo de denunciar continuam sendo barreiras para a proteção de mulheres em situação de violência.
A crescente estatística tem pressionado o poder público a reforçar políticas de enfrentamento. Para organizações que atuam na defesa dos direitos das mulheres, como coletivos feministas e defensorias públicas, é urgente o fortalecimento da rede de acolhimento, a ampliação do acesso a casas de abrigo, atendimento psicológico, assessoria jurídica e agilidade na concessão de medidas protetivas.
Além da resposta institucional, movimentos de base defendem que é preciso investir em ações educativas, combate ao machismo estrutural e desconstrução de padrões de comportamento que naturalizam ou silenciam a violência doméstica. No centro do debate, está o reconhecimento de que o feminicídio não é um crime passional, isolado ou inesperado. Em quase todos os casos, é o desfecho de um ciclo contínuo de agressões, ameaças e controle, praticado majoritariamente por parceiros ou ex-companheiros. Para cada mulher assassinada, dezenas convivem com o medo diário, e centenas ainda não conseguem romper o ciclo da violência.

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Gazeta de Varginha

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