O governo federal considera uma medida exagerada a extinção dos “kids pretos”, a tropa de elite do Exército. O PSOL anunciou no final de semana que solicitará ao Ministério da Defesa o fim do batalhão das Forças Especiais.
O curso de operações especiais treina militares para atuar nas missões sigilosas, em ambientes hostis e politicamente sensíveis. Eles recebem esse apelido por utilizarem gorros pretos em operações. E são caracterizados como especialistas em guerra não convencional, reconhecimento especial, operações contra forças irregulares e contraterrorismo. Um dos argumentos utilizados no Palácio do Planalto é de que hoje não há egressos do curso especial no Alto Comando do Exército. E que o general Freire Gomes, que comandou o Exército no governo de Jair Bolsonaro, fez parte do grupo de elite e se posicionou contra um golpe.
A ordem do Palácio do Planalto neste momento é evitar um confronto direto com as Forças Armadas, na tentativa de melhorar a relação com a gestão petista. Na negociação da criação da idade mínima para que militares passem para a reserva, por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez questão de se reunir com a cúpula das Forças Armadas antes de definir o projeto de lei.
O presidente pretendia fazer nesta final de ano um encontro de final de ano com a cúpula das Forças Armadas. Com a internação de emergência, o encontro ficou em suspenso.
Os principais indiciados no inquérito do plano golpista são egressos do curso que forma a elite do Exército, incluindo o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. A avaliação no governo federal é de que não se pode generalizar os militares e que a simples extinção do batalhão não encerrará o golpismo nas Forças Armadas.
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