Governo no escuro? Haddad revela que Casa Branca centraliza decisões sobre tarifa de Trump
gazetadevarginhasi
24 de jul.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (23) que as decisões sobre a tarifa de 50% imposta pelo governo americano aos produtos brasileiros estão sendo concentradas diretamente na Casa Branca, dificultando qualquer negociação direta com o Brasil.
Em conversa com jornalistas, Haddad revelou que sua comunicação tem sido exclusivamente com a equipe técnica do Tesouro dos EUA, sem contato com o secretário da pasta, Scott Bessent. Ele destacou que Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, conseguiu estabelecer diálogo com alguns secretários do governo Trump, mas que as decisões centrais seguem restritas à assessoria direta do presidente americano.
“A informação que chega é que o Brasil tem um ponto, que o Brasil tem razão em querer sentar à mesa. Mas o tema está muito concentrado na assessoria da Casa Branca, daí a dificuldade maior de entender o movimento de lá”, explicou Haddad.
O ministro também anunciou que, nesta quinta-feira (24), será apresentado um plano de contingência elaborado pela equipe técnica da Fazenda, que ainda passará pela avaliação dele, de Alckmin e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Na próxima semana, Haddad planeja discutir o conteúdo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Apesar da pressão, Haddad optou por não antecipar os detalhes do plano à imprensa.
A tarifa, anunciada por Donald Trump, está programada para entrar em vigor em 1º de agosto, e foi justificada com alegações de desequilíbrio comercial, processos judiciais contra Jair Bolsonaro e uma suposta censura a plataformas digitais americanas.
O Brasil tenta reverter a decisão antes de adotar medidas de reciprocidade econômica. Questionado sobre a chance de os EUA voltarem atrás, Haddad lembrou que outros países conseguiram renegociar suas tarifas com o governo Trump, mas frisou que isso depende da vontade política da Casa Branca em abrir o diálogo.
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