“Guerra tarifária vai começar”: Lula desafia Trump e ameaça retaliação por taxas de 50%

A recente decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto, provocou forte reação do governo brasileiro, que classificou a medida como protecionista, injustificada e prejudicial para a economia nacional.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente a iniciativa americana — oficializada em carta enviada ao Planalto em 9 de julho —, chamando a tarifa de “chantagem inaceitável”. Nesta segunda-feira (21), Lula afirmou que está disposto a responder com firmeza e advertiu: “A guerra tarifária vai começar na hora em que eu der a resposta ao Trump se ele não mudar de opinião”.

A apenas dez dias da entrada em vigor das novas tarifas, aumentam as incertezas sobre as consequências econômicas das sanções do presidente norte-americano Donald Trump. Apesar de ainda priorizar o diálogo, o governo brasileiro já estuda adotar a Lei da Reciprocidade, regulamentada na semana passada, para retaliar os Estados Unidos, o que preocupa o setor empresarial.

Para o presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait Neto, enfrentar os EUA de forma direta seria um desastre para a economia brasileira. “Se não houver um entendimento entre as nações, bater de frente com os EUA seria um desastre total”, afirmou.

Cotait defende a continuidade das negociações diplomáticas e revelou que grandes empresas brasileiras já estão em conversas diretas com o governo norte-americano para tentar resolver a crise. Segundo ele, o governo brasileiro foi omisso em relação ao tema meses atrás e deveria ter dado mais prioridade ao assunto.

Enquanto isso, o Planalto sinaliza que está preparado para adotar medidas de crédito e outras ações para apoiar as empresas brasileiras caso a retaliação se torne inevitável.