Justiça recebe denúncia contra servidora da Polícia Civil por desvio de armas e dinheiro em BH
gazetadevarginhasi
há 2 horas
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fonte: o tempo
A Justiça de Minas Gerais recebeu a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra uma servidora da Polícia Civil suspeita de desviar cerca de 200 armas de fogo, além de dinheiro e outros bens apreendidos em procedimentos policiais. A decisão foi assinada na quarta-feira (17) pelo juiz Alexandre Magno de Resende Oliveira, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte.
Com o recebimento da denúncia, a ação penal foi instaurada, e a analista passa a responder como ré. O magistrado entendeu que há indícios suficientes de autoria e materialidade, além da regularidade formal da acusação. A defesa deverá ser citada para apresentar resposta à acusação no prazo de dez dias.
Segundo o MP, a servidora atuava no setor de protocolo e tinha acesso direto à sala de acautelamento de materiais da 1ª Delegacia do Barreiro, no bairro Jardinópolis, onde eram armazenadas armas, valores e objetos apreendidos. Apenas ela e uma escrivã possuíam a chave do local. As irregularidades vieram à tona após a apreensão de uma arma em Contagem que deveria estar sob custódia da delegacia e, posteriormente, com a instauração de um inventário em 29 de outubro, que apontou o desaparecimento de aproximadamente 200 armas e de valores guardados em invólucros lacrados.
Em um dos pacotes, que deveria conter R$ 1.908, foi encontrado apenas o envelope violado e vazio. Outros invólucros também estavam abertos, inclusive dentro de um armário trancado e desconhecido por outros servidores. O cenário foi novamente constatado em 13 de novembro, durante nova conferência.
Imagens de câmeras de segurança registraram a servidora entrando e saindo da delegacia nos dias 20, 22, 24 e 29 de outubro, carregando bolsas e sacolas volumosas. Para o MP, os registros coincidem com a movimentação de veículos em frente à unidade. Em um dos episódios, ela teria transferido objetos do porta-malas do carro que utilizava para outro veículo, um Citroën branco, conduzido por um homem não identificado.
Testemunhas relataram que, a partir de 2019, a servidora passou a concentrar sozinha o controle do protocolo e da sala de materiais, tornando-se a principal responsável pela guarda e pelo lançamento dos itens no sistema eletrônico, sem repasse regular a outros funcionários.
A investigação também apontou aumento repentino do padrão de vida da servidora, com viagens internacionais, compras de alto valor, cirurgias estéticas e mobiliamento de um apartamento em curto período, sem compatibilidade aparente com sua renda. Esses elementos fundamentaram o oferecimento da denúncia.
Na decisão, o juiz determinou que a Polícia Civil encaminhe, em cinco dias, laudos técnicos requisitados ao longo da apuração. Após a apresentação da defesa, o Ministério Público deverá se manifestar sobre um pedido defensivo. A servidora responde por peculato em continuidade delitiva.